O Rio Grande do Sul lidera o ranking das Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) mais caras do país. Segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Ministério dos Transportes, com base em dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o custo médio para obter a CNH categoria AB (carro e moto) no estado é de R$ 4.951,35. O valor equivale a mais de três vezes o salário mínimo, atualmente fixado em R$ 1.518.

Diferença entre estados:

A pesquisa revelou grande disparidade de preços no país. Na Paraíba, por exemplo, o gasto médio para tirar a CNH é de R$ 1.950,40, o menor valor registrado. Em São Paulo, o custo também fica abaixo de R$ 2 mil, com média de R$ 1.983,90.

Com isso, a diferença entre o valor mais alto (RS) e o mais baixo (PB) chega a quase R$ 3 mil.

Valores por categoria no RS:

• Categoria A (moto): R$ 2.705,84
• Categoria B (carro, sem simulador): R$ 2.711,91

De acordo com o DetranRS, menos de 20% desse total corresponde a taxas públicas. O restante é referente a serviços privados oferecidos pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs).

O que está incluso no valor:

As taxas públicas cobrem:

• Exames teóricos e práticos
• Emissão do documento
• Pagamento de médicos e psicólogos responsáveis pelos exames de saúde

Os custos privados incluem:

• 45 horas/aula de curso teórico
• 20 horas/aula de curso prático de direção

O Detran reforça que o processo vai além da emissão de um documento, sendo um curso de formação para conduzir veículos com segurança.

Impacto do preço elevado:

Um estudo do Instituto Nexus, intitulado Perfil do Condutor Brasileiro, mostrou que cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação. Entre os entrevistados:

• 32% disseram não ter CNH devido ao alto custo
• 80% consideram a carteira “cara” ou “muito cara”
• 66% afirmam que o valor não condiz com o serviço oferecido

Governo estuda mudanças:

Em julho, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o governo federal estuda alternativas para reduzir o custo da CNH. Uma das propostas é a eliminação da exigência de aulas em autoescolas para quem deseja obter o documento.

Segundo o ministro, o preço elevado incentiva a informalidade no trânsito, aumentando o risco de acidentes e comprometendo a segurança de todos.

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