Conheça a história de Andréa Ramos: Com fé e otimismo ela venceu o câncer e hoje é exemplo de superação
Em 2015 Déia foi diagnosticada com câncer de mama, mesmo com muitas dificuldades ela lutou e venceu a doença, sendo hoje um exemplo para as pessoas que estão passando por situações semelhantes.
14/03/2018
Por Clic Paverama
Em Paverama
No dia 8 de março se comemorou o Dia Internacional da Mulher, e o mes de março como todos sabem é o mês delas, sendo assim o Clic Paverama iniciou na semana passada uma série de matérias, contando histórias de mulheres paveramenses que merecem ser contadas e exaltadas.
Na quinta-feira passada falamos sobre mulheres na política e esta semana a história é de superação. Apesar de serem rotuladas como “sexo frágil”, as mulheres muitas vezes provam que são muito mais fortes do que aparentam ser. Um exemplo disso, são as milhares que lutam contra o câncer.
Hoje vamos contar a história da paveramense Andréia Ramos, 41 anos, conhecida carinhosamente como Déia, mãe de três filhos, Marcela, 18 anos, Murilo, 16 anos e Mel de 9 anos, casada com João Freitas, vive hoje feliz, após ter passado por um momento difícil.
Em 2015, após passar por um processo cirúrgico bariátrico e perder 60 kg, na medida que emagrecia Déia percebeu que havia algo estranho no seio direito. Com o passar do tempo percebeu um nódulo inteiro. Naquele momento veio o medo. “Temor de procurar ajuda e descobrir que poderia ser câncer e então fugia dando desculpas como estou sem tempo, não posso faltar serviço, vai ser um transtorno para meus colegas, vão pedir muitos exames, não tenho paciência pra isso, entre tantas outras questões. Passou um ano, e no Outubro Rosa de 2016 me encorajei com os relatos de algumas pacientes oncológicas e resolvi procurar ajuda. Marquei a mamografia e ecografia, três dias antes dos exames senti na minha axila direita um grande nódulo, ali percebi que havia algo de errado” disse.
No mesmo dia do exame, a clínica mandou o resultado com urgência para o médico, para então realizar uma biopsia. Passou um mês até que estivesse pronta. “Quando peguei o resultado, abri antes do médico e lá estava Carcinoma Ductal Infiltrativo, grau 4, ou seja, confirmando o Câncer de Mama”.
Em tópicos Déia relatou sobre sua vida, os momentos dificeis que superou até os dias atuais, que são de felicidade.
Tristeza após a confirmação da doença:
Naquele fim de tarde, meu mundo desabou. Lembro que cheguei casa, meu marido e minha filha de 8 anos estavam ansiosos à minha espera, olhei para os dois, com os olhos cheios de lágrimas e disse "preciso ficar sozinha, depois conversamos". Avisei que iria para o banheiro e se eles ouvissem gritos, choro não eram pra se preocupar, que tudo ficaria bem, me recordo que fiquei quase uma hora em baixo do chuveiro, chorando e perguntando pra Deus, por que eu? Mil coisas passavam na minha cabeça em uma fração de segundos, minha morte, meu enterro, precisava deixar tudo organizado. Foi então que exausta deitei no chão do box e orando a Deus ouvi uma voz dizendo "as piores lutas, entrego para meus melhores guerreiros". Na mesma hora levantei e disse pra mim mesma "Andrea, tu só tem duas opções, ou enfrenta a doença e vence, ou morre. Optei por lutar!
Tratamento:
Não foi fácil. Foi um ano de tratamento, dias ruins, outros melhores, mas nunca me deixei abater. Tive apoio de muitas pessoas, cada uma ajudando de alguma forma, me cuidando, acompanhando no tratamento, em orações. Foram tantas manifestações de carinho, todas importantes, pois me davam força pra seguir em frente.
Estou curada:
Bom, tinha certeza da cura. Deus havia me entregado em revelação que eu passaria por todo tratamento e seria curada. Mantive minha fé baseada nesta certeza, que foi se confirmando com o passar do tempo. O câncer que tinha grau 4, passou para grau 3 quando o médico pediu novos exames, e ainda na dúvida ele pediu que repetisse os exames, onde constatou grau 2. Eu tinha certeza que havia o dedo de Deus ali. De grau 4 para grau 2? Só Deus!
Quando levei os últimos exames para o meu médico, uma grande surpresa. Como passei por radioterapia, era natural que meu pulmão direito ficasse com sequelas irreversíveis, mas ao abrir o resultado, ele estava intacto! Estava sem reação, e quando o médico falou: "agora é vida nova, tá vendendo saúde, tenha um ano cheio de realizações", chorei e soltei um obrigado Deus! Meu médico sorriu e aí eu disse "obrigado ao senhor também". Sai daquela sala com vontade de pular, gritar, chorar enlouquecida, só quem passou por este diagnóstico sabe o que enfrentamos de fato.
Vida antes e após a doença:
(Doutor Leandro Brust e Déia)
A Andrea de antes era estressada ao extremo, queria comandar tudo, planejava os dias, tudo que iria fazer ou deixar de fazer, sem tempo para a família, dona de uma fé superficial, presava pela quantidade de amigos e não qualidade, poderia citar muito mais... mas prefiro a Andrea de hoje! Minha fé é estruturada na rocha, descobri que não adianta planejar meus dias, eles são planejados por Deus. Vivo intensamente o hoje e agradeço a Deus pela oportunidade de estar viva mais um dia. Olho as adversidades da vida com outros olhos. Tudo em nossa vida tem um porquê e uma razão, e, devemos tirar as devidas lições disso.
Entendi que amigos verdadeiros são poucos, e devemos selecionar quem nos rodeia, qualidade sempre será mais importante que quantidade. Sou grata aos que tenho! Hoje quero ser feliz, se isso implicar em deixar minha casa suja e passear, ficar com meus filhos, ao invés de lamentar a vida assim o farei!
Aprendi que mais vale viver a vida intensamente com os presentes que Deus me deu, do que simplesmente deixá-la passar, escorregar entre os dedos. Se tiver muitas coisas para fazer, farei da melhor maneira que poder. Darei o meu melhor, mas se não tiver, sentarei e observarei os pequenos sinais que Deus nos mostra todos os dias. A beleza de dois pássaros enamorados, a flor no jardim que desabrochou, o sol lindo, a chuva que é necessária, aprendemos a reclamar muito fácil das coisas, se está frio, queremos o calor, se está chovendo queremos o sol e vice versa, mas quando nos encontramos frente a possibilidade da morte entendemos que nada disso mais faz sentido, e sim a chance de poder continuar vivendo dias chuvosos, ensolarados, quentes e frios, entendemos que as sensações nos mostram o quanto estamos vivos!
Uma mensagem para as pessoas que estão passando por situação parecida:
Quando descobrimos a doença, ficamos sem chão. Impotentes, sozinhos. Mas então surge uma força dentro de nós, que nem mesmo sabemos que possuímos. Enfrentar a doença de cabeça erguida é a melhor opção. Tenho uma página no Facebook que criei, a Liberte-se, justamente para ajudar outras pessoas a se libertarem do medo, da angústia que a doença nos apresenta. Lá as pessoas podem acompanhar o tratamento, entender como funciona. Quando procurei na internet sobre o tratamento, via sempre relatos médicos, mas dificilmente relatos de pacientes, queria saber o que eles pensavam, como era pra eles o tratamento. Foi então que tive a ideia da página, e creio que ela tem ajudado bastante, tendo em vista que somente 40% dos meus amigos curtem a página, 60 % são de pessoas de outras cidades e até estados. Câncer hoje, não pode ser encarado como uma sentença de morte, existe cura! Sou prova viva disso, o tratamento muitas vezes é doloroso, dá vontade de desistir, mas não há vitória sem luta. Parece clichê mas é importante memorizar estas três palavras...FORÇA, FOCO E FÉ...MUITA FÉ!
Dizer para você mesmo que esta doença não é minha, sou mais forte que ela. Gostaria de deixar aqui impresso meu carinho aos que estão nesta luta para vencer o câncer, principalmente irmãos de destino – nome dado aos que enfrentam a doença – de Paverama. Não são poucos, que encontro nos corredores da quimioterapia do Hospital Bruno Born, e a Jaqueline, menina de grande fé. Tenho certeza que Deus já decretou tua vitória!
No mês de Outubro Andréia participou de atividades organizadas pela Secretaria da Saúde.
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