Infiltrações e vazamentos podem ser um grande problema para as edificações, todas edificações estão submetidas às chuvas, ventos, variações de temperatura, pressões físicas e mecânicas.

A umidade é uma das maiores responsáveis por patologias na construção civil e pode ocorrer durante toda a vida útil dos materiais. Quase metades dos defeitos associados a uma construção são por causa da umidade.

As possíveis causas da incidência das patologias por conta de má impermeabilização podem ser: escolha inadequada de materiais; inadequação por quantidade inferior de argamassa de regularização; execução dos cantos e arestas de forma irregular (sem arredondar); execução indevida da impermeabilização sobre superfície empoeirada (atrapalhando a aderência resultante); não cuidado com o afinamento das camadas de emulsão asfáltica como medida para “economizar” tempo; falhas nas emendas; além de mantas perfuradas devido a presença de areais nos sapatos, entre outros

Podemos ter formas distintas da ação da água nas edificações, sabendo qual o tipo de infiltração pode-se adotar a melhor estratégia de conter os avanços das manifestações patológicas.

Nesta imagem pode-se visualizar uma mesma edificação que sofre com todos os tipos de atuação dos fluidos.

Fonte: Pozzobon (2007 apud SIQUEIRA, 2018, p. 22).

 Impermeabilização na construção civil:

A impermeabilização na construção civil tem como principal objetivo selar, vedar materiais mais porosos e seus defeitos, que podem surgir a partir de problemas técnicos ou momentos estruturais. A impermeabilização tem como objetivo, proteger as superfícies, manter a durabilidade e proteger os materiais.

Importância da impermeabilização:

A impermeabilização na construção civil é uma etapa fundamental, que é comumente deixada de lado por conta de desinformação ou corte de gastos, o que acaba resultando em muitos problemas como ambientes insalubres, aspecto desagradável, manchas, bolores e oxidação de armaduras, prejuízos financeiros, danos materiais de objetos e móveis dentro do prédio, estresse, desconforto aos usuários. Podem ainda, desenvolver problemas respiratórios e alérgicos nos residentes.

 Além de prejudicar o resultado final, provocar custos altos e desnecessários a impermeabilização na construção civil protege os materiais, o resultado final da obra e o orçamento. 

Como evitar os problemas com a falta de impermeabilização

O grande problema da aplicação de impermeabilizantes em construções é o planejamento inadequado. Isso porque muitas vezes os problemas da impermeabilização são notados apenas no final do projeto, o que acaba saindo caro. Por isso, é fundamental estudar sobre a impermeabilização na construção civil logo no começo do planejamento de obras, aplicá-lo, evita danos.

Tipos de impermeabilização:

Existem dois tipos de classificação para a impermeabilização na construção civil. São eles: 

• Impermeabilização rígida:deve ser utilizada em superfícies não afetadas pela variação da temperatura, movimento do solo ou protegidas a fissuras. É a aplicação de aditivos químicos e agregados que a torna impermeável. As estruturas mais recomendadas para este tipo de impermeabilização são piscinas enterradas, subsolos e galerias, poço de elevador, entre outros. 
• Impermeabilização flexível:neste caso, é correto que a impermeabilização consiga absorver fissuras, e por isso, é indicada para superfícies em varandas, coberturas, terraços, piscinas suspensas, lajes, reservatórios de água superior, coberturas, etc. Normalmente ela é feita de materiais elastômeros e polímeros, que podem ser moldados (feitos no local) em membranas ou em mantas (pré-fabricados). 

Sistemas de impermeabilização na construção civil:

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2010), o tipo de material principal da camada impermeabilizante define propriamente o tipo de impermeabilização, sendo classificados basicamente em cimentícios, asfálticos e poliméricos.

Cada sistema compreende uma técnica em específico para a aplicação dos impermeabilizantes, levando em conta características como o local da superfície a ser impermeabilizado e o tipo de material utilizado. 

1. Argamassa polimérica: é um revestimento que une aditivos químicos, polímeros e cimento, formando um material consistente. Normalmente é o mais recomendado para subsolos, reservatórios de água, piscinas, entre outros. 
2. Calafetador: é o sistema mais recomendado para vedar caixilhos, juntas, fissuras e trincas, pois possui propriedades seladoras. 
3. Hidrorepelente ou Hidrofugante: este tipo de sistema é muito interessante, pois ele repele a água, o principal mal provocado pela infiltração e pela falta da impermeabilização. Ideal para utilização em tijolos, concreto, telhas, cerâmica porosa, entre outros. 
4. Manta asfáltica: composto por polímeros assim como a argamassa polimérica, é armada com estruturante. É o melhor tipo de sistema de impermeabilização para lajes planas, inclinadas, piscinas floreiras, reservatórios de água e também demais áreas úmidas e molhadas.
5. Emulsão acrílica: aqui, é formada uma membrana líquida feita a partir da junção da base acrílica com elastômero. Utilizada em superfícies como lajes, coberturas, paredes e outras que tenham contato com intempéries. 
6. Emulsão asfáltica: ideal para áreas frias, terraços e lajes, a emulsão asfáltica é um monocomponente aplicado a frio e que necessita de proteção mecânica. 
7. Lona: enfim, o último tipo de sistema de impermeabilização é a lona, que é feita a partir de um material que não permite a transmissão da água, e por isso, encaixa perfeitamente na impermeabilização de vigas, baldrames, contrapisos e lajes. 

A impermeabilização é fundamental e indispensável, para a construção civil. Com sua aplicação, as estruturas são protegidas, possíveis erros previstos e a qualidade do serviço é preservada. Para aplicar corretamente a impermeabilização, é indispensável contar com um bom planejamento e bons materiais.

Os cuidados com as estruturas devem ser tomados desde a fase de projeto, desta forma, mesmo que exista possibilidade de aparecerem patologias, as chances serão reduzidas. Cabe salientar que as correções para tratar a incidência de manifestações patológicas por falta de impermeabilização são fundamentais para que o desempenho estrutural não seja comprometido.