Moonlight ganha o Oscar de melhor filme após erro no anúncio do vencedor

Em número de prêmios, "La La Land" foi o grande destaque da premiação mais importante do cinema.

Por Clic Paverama
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Dizem que as melhores produções cinematográficas costumam ter as melhores reviravoltas. E o Oscar 2017 teve uma grande no anúncio da categoria mais importante da noite: a de melhor filme. Warren Beatty e Faye Dunaway chamaram "La La Land" como o vencedor, mas, enquanto a equipe de produção discursava sobre sonhos e o poder da música, um dos integrantes do grupo percebeu o erro e chamou por "Moonlight", dizendo que o longa era quem realmente tinha ganhado. Sem entender a situação, a plateia ficou desnorteada, e coube a Beatty explicar o equívoco.

Ele havia aberto um envelope que dizia "Emma Stone: La La Land" e anunciou o longa como o ganhador. Mas a produção lhe entregou um documento errado: a cédula se referia à vencedora de melhor atriz, que fora revelada minutos antes. Em meio ao contrangedor momento, o diretor Barry Jenkins subiu ao palco para pegar seu troféu. O drama que retrata a vida sobre um jovem negro e gay que cresce num subúrbio de Miami também foi laureado com o prêmio de melhor roteiro original, além da estatueta de melhor ator coadjuvante para Mahershala Ali.

Apesar da derrota na principal disputa da noite, "La La Land" levou seis prêmios e foi a produção mais premiada. O longa de Damien Chazelle, que aos 32 anos se tornou a pessoa mais jovem a ser eleita melhor diretor, venceu também nas modalidades de fotografia, trilha sonora original, música original por "City of Stars", design de produção e melhor atriz (Emma Stone). 

A noite do Oscar:

A cerimônia começou uma parformance de Justin Timberlake, que cantou a música "Can't Stop The Feeling". O comando da noite foi do apresentador Jimmy Kimmel, que tentou manter um tom engraçado no seu monólogo de abertura. Ele brincou que era provavelmente a sua primeira e última vez apresentando a premiação e comentou que estava "sendo observado em 225 países que agora nos odeiam". Ele então falou sobre a união do país, e sugeriu que todos alcançassem alguém para uma "conversa positiva" para "fazer a América grande novamente". Depois, se dirigiu ao presidente Donald Trump, cujas ações têm causado polêmica no país.

"É tão fácil chegar e curar. Quero agradecer ao Presidente Trump. Quero dizer, lembra-se do ano passado quando parecia que os Oscars eram racistas? Issou mudou graças a ele", disse em tom irônico. Kimmel deu um passo adiante e pediu aos convidados para se levantarem e aplaudirem Meryl Streep por suas "muitas performances superestimadas". "Alguns de vocês chegam a este palco e fazem um discurso que o Presidente dos Estados Unidos vai tweetar em letras maiúsculas durante sua caminhada das cinco da manhã".

Com sua emocionante atuação em "Moonlight", Mahershala Ali, foi eleito o melhor ator coadjuvante. Ele se tornou o primeiro muçulmano a vencer um Oscar na categoria. Na categoria de melhor atriz coadjuvante não houve surpresas: Viola Davis, a favorita por "Um Limite Entre Nós", ganhou. Emocionada, ela subiu ao palco e disse: "Há um lugar onde todas as pessoas com maior potencial estão reunidas - e esse é o cemitério. As pessoas me perguntam o tempo todo, que tipo de histórias você quer contar? E eu digo: 'Exumem esses corpos. Exumem essas histórias de gente que sonhava grande e nunca via esses sonhos em fruição'". Ela continuou dizendo que artistas são "a única profissão a celebrar o que significa viver uma vida. Obrigada August Wilson (escritor da peça que inspirou o filme) por exumar - e exaltar - as pessoas comuns".

A categoria de Melhor Filme Estrangeiro foi vencida pelo iraniano "O Apartamento", dirigido por Asghar Farhadi, que já havia levado a estatueta em 2011. Ele não compareceu ao evento como forma de protesto à presidência de Donald Trump, mas enviou uma carta por meio de dois representantes. Na categoria de melhor curta em documentário, a produção "Os Capacetes Brancos", sobre um grupo forças humanitárias atuando na guerra da Síria. O diretor de fotografia sírio Khaled Khateeb, de 21 anos, foi impedido de entrar nos Estados Unidos pelo Departamento de Segurança Interna americano.

A presidente Cheryl Boone Isaacs destacou em seu tradicional discurso que, após um ano de boicotes, a comunidade cinematográfica está se tornando mais inclusiva e diversa a cada dia. "Esta noite é a prova que a arte não tem fronteiras, uma única língua e não pertence a uma única fé. O poder da arte transcede todas essas coisas". Ela adicionou que não importa de onde os diretores os as temáticas venham, todas elas "falam sobre a condição humana" e adicionou que era essa magia dos filmes é o que foi celebrado na noite de domingo.

Como de costume, o momento "In Memoriam", que homenageia as personalidades da comunidade cinematofgráfica mortos no último ano, emocionou a plateia. No tributo, que incluiu o cineasta brasileiro Héctor Babenco, Sara Beirelles cantou a música "Both Sides Now", de Joni Mitchell.  

"Manchester à Beira-Mar", de Kenneth Lonergan, foi premiado com o troféu de melhor roteiro original. Casey Affleck foi eleito o melhor ator pelo seu dramático papel como Lee Chandler no longa de Lonergan, um homem atormentado pelas feridas do passado.

Confira os vencedores:

Melhor ator coadjuvante: Mahershala Ali ("Moonlight")

Melhor cabelo a maquiagem: "Esquadrão Suicida"

Melhor figurino: "Aliados"

Melhor documentário: "O.J. Made in America"

Melhor edição de som: "Arrival"

Melhor mixagem de som: "Até o Último Homem"

Melhor atriz coadjuvante: Viola Davis ("Um Limite Entre Nós")

Melhor filme estrangeiro: "O Apartamento" (Irã)

Melhor curta de animaçao: "Piper: Descobrindo o Mundo"

Melhor Animação: "Zootopia"

Melhor Design de produção: "La La Land"

Melhores Efeitos Visuais: "O Livro da Selva"

Melhor edição: "Até o último Homem"

Melhor curta documentário: "Os capacetes Brancos"

Melhor curta-metragem: "Sing"

Melhor fotografia: "La La Land"

Melhor trilha sonora: "La La Land"

Melhor trilha sonora: City of Star ("La La Land")

Melhor roteiro original: "Manchester à Beira-Mar"

Melhor roteiro adaptado: "Moonlight"

Melhor diretor: "La La Land"

Melhor ator: Casey Affleck ("Manchester à Beira-Mar")

Melhor atriz: Emma Stone ("La La Land")

Melhror filme: "Moonlight"

Correio do Povo