Pouco a pouco, o Brasil está se recuperando dos efeitos causados pela greve dos caminhoneiros, que durou dez dias e paralisou serviços como fornecimento de combustíveis e distribuição de alimentos e insumos médicos, mostrando a força da categoria.

Os caminhoneiros pararam no dia 21 de maio para exigir uma redução nos preços do óleo diesel - que subiram mais de 50% nos últimos 12 meses. A principal reivindicação era que os impostos que incidem sobre o combustível, como o PIS-Cofins. Eles também exigiam a fixação de uma tabela mínima para os valores de frete.

Ao longo da greve, discursos anticorrupção também se juntaram às bandeiras defendidas pelo movimento, que em poucos dias se tornou expressivo e provocou impactos à população, em diversos segmentos. 

Com caminhões parados, bloqueando parcialmente as rodovidas, combustíveis deixaram de ser entregues em diversos postos e outras atividades que esperavam matérias-primas e produtos essenciais, como alimentos, também acabaram desabastecidos.

O movimento começou a perder força durante o fim de semana passado, após um acordo entre alguns representantes da categoria e o governo, e a entrada em cena do Exército para desbloquear vias e garantir o abastecimento aos diversos setores afetados.

O Clic Paverama falou com cinco caminhoneiros paveramenses que participaram em diversos pontos do Brasil, ativamente da Greve dos Caminhoneiros.

O Clic Paverama perguntou: O que tens a dizer sobre a manifestação? E o que pensa sobre os últimos desdobramentos?

Ricardo Stefanello: Sobre a manifestação, é uma forma justa de lutar a favor da  nossa classe. Só acho triste ter que fazer tudo isso para buscar apenas a dignidade do transporte no Brasil. Não podemos pagar a conta toda vez. Sobre os últimos desdobramentos, algumas revindicações foram atendidas, mas ainda o diesel não baixou nas bombas. Vamos esperar os próximos dias para saber se as promessas serão compridas. Sabemos que o país não passa por um bom momento,mas a luta é valida na minha opinião!

Roberto Scolari: A manifestação foi algo bom para o Governo ver que nós podemos parar o Brasil. Assim como nos outros países o governo tinha que nos respeitar mais, nos dar valor, respeito, enfim, nos tratar com dignidade. E sobre as ultimas notícias, muito triste por ter lutado em prol de uma causa nobre e justa que eu acredito e não sentir o apoio local de nosso povo e representantes, estão falando que não acabou, mas não estou colocando fé, acho que é só boatos.

Daniel Cassol: A manifestação foi vitoriosa porque algumas reivindicações foram atendidas, como o eixo erguido que alguns caminhoneiros informaram que já não estão pagando. O combustível, o diesel, baixou, e baixará até amanhã os 0,46. A tabela de frete ainda não se sabe. A greve deu impacto muito grande, principalmente para os caminhoneiros autônomos. Eu achei que a populaçao iria acreditar e se juntar aos caminhoneiros para baixar os preços dos combustíveis. Quando achamos que a greve iria aumentar a população ao invés de protestar optou em ir para as filas de postos de combustível, o que nos deixou muito tristes. A população tem o governo que merece! 

Rodrigo Stefanello: Eu apoiei os 10 dias e faria tudo de novo. Foi muito válido, eu não saio com sentimento de derrota, pois o Governo estava passando do limite, tem gente que está falando que não adiantou nada, mas se nós tivessemos continuado trabalhando nesses 10 dias, imaginem quanto a Ptrobras e o Governo teriam aumentado o diesel? Então pelo menos se não baixou muito, ele parou de subir, e agora vai dar uma estagnada. Assim o governo vai parar de se provalecer em cima da gente pois sentiram a nossa força. 

Leonardo Stefanello: Sobre a manifestação, eu estou orgulhoso da categoria, estou orgulhoso da manifestação pacífica, não deu todo resultado que tinha que dar, mas valeu a pena para mostra pro Brasil que ele não é movido só a gasolina e óleo diesel, e sim a caminhão. Vamos aguardar para ver os desdobramentos, o término da greve ainda é recente, é cedo ainda para opinar!