Pesquisa busca identificar causas de gestação de alto risco no Vale do Taquari

Estudo é realizado em parceria com o Ambulatório de Gestação de Alto Risco (Agar).

Por Clic Paverama
Em Saúde e Bem-estar

A saúde materna das mulheres do Vale do Taquari está em estudo por meio de uma pesquisa realizada na Univates com o objetivo de investigar as principais morbidades que atingem as gestantes de alto risco e que possivelmente comprometem o desenvolvimento do bebê no período gestacional, impactando na saúde do bebê e da mãe. A investigação “Análise da Atenção à Saúde Materno-Infantil” é realizada em parceira com o Ambulatório de Gestação de Alto Risco (Agar), com abrangência do Vale do Taquari, e sob a coordenação da professora doutora Ioná Carreno.

Segundo Ioná, embora ainda sejam dados parciais, já é possível identificar que a primeira consulta no ambulatório ocorre, geralmente, no segundo trimestre de gestação, ou seja, da metade para o final da gravidez. “Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, mais a gestante será monitorada e haverá menos prejuízo para a saúde da mãe e do bebê. Muitas vezes alguma situação de saúde que é mais sutil durante a gestação se agrava no momento do parto, quando fica mais difícil tomar medidas que reduzam possíveis complicações”, afirma.

Para evitar essas complicações, Ioná ressalta a importância da realização do pré-natal. “O acompanhamento realizado por uma equipe treinada e interdisciplinar, com uma estrutura adequada, não deixa com que a gravidez de alto risco se torne grave, garantindo uma gravidez mais saudável para mãe e bebê”, explica. Acrescenta que, na maioria das vezes, o pré-natal é realizado na Unidade Básica de Saúde, facilitando o acesso a toda população, e que o não comparecimento no pré-natal pode gerar problemas durante a gravidez, parto e até no pós-parto.

Ao final, o estudo deve contemplar a análise das gestantes atendidas no Agar durante o período de 2014 a 2016. Dados preliminares de 2014 apontam que a ocorrência de hipertensão gestacional, diabetes mellitus gestacional, depressão, aumento de idade são os principais fatores de risco registrados. O perfil do grupo de gestantes de alto risco do ano de 2014 foi, na sua maioria, de mulheres de 30 a 34 anos, de cor branca, com ensino fundamental, com companheiro e grávidas do segundo filho ou mais.

Além de analisar e discutir as condições de nascimento desses bebês na região, a pesquisa também analisará o perfil sociodemográfico, obstétrico e neonatal de pacientes atendidos pelo AGAR e investigará o acesso aos serviços de saúde prestados pelo ambulatório às gestantes de alto risco.

Segundo Ioná, a partir dos dados da pesquisa será possível analisar as estratégias desencadeadas pelos profissionais da saúde e as políticas públicas de saúde vigentes em relação à saúde materno-infantil. “Conseguiremos ter uma ideia do impacto do Agar na saúde das gestantes e nas condições de saúde dos seus bebês na região do Vale do Taquari, podendo avaliar lacunas que possam constituir oportunidades para a criação de estratégias que venham a beneficiar a saúde materno-infantil”, afirma a coordenadora da pesquisa.

O estudo conta com a participação de cinco professores dos cursos de Medicina, Enfermagem, Nutrição, Psicologia e Antropologia, quatro bolsistas (uma Bolsa de Iniciação Tecnológica e três Bolsas de Iniciação Científica) e financiamento da Univates e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Até o momento foram apresentados dois Trabalhos de Conclusão de Curso e dois artigos científicos foram aprovados para publicação em 2017. O grupo de pesquisa tem vasta publicação de artigos científicos na área da saúde coletiva e saúde materno-infantil com dados da região.

AI Univates