Rio Grande do Sul tem oito candidatos a governador; veja a lista

Primeiro turno das eleições ocorre dia 7 de outubro.

06/08/2018

Por Clic Paverama
Em Política

Os mais de 8,3 milhões de eleitores do Rio Grande do Sul escolherão o novo governador (a) nas próximas eleições - 7 de outubro (1º turno) e 28 de outubro (2º turno), se necessário. Desde meados de julho os partidos realizam suas convenções estaduais para a definição dos nomes. Ao final do prazo para convenções, temos oito postulantes ao cargo para comandar o Estado pelos próximos quatro anos.

Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / Divulgação / CP

José Ivo Sartori (MDB)

Com uma convenção formatada para destacar o tamanho do partido no RS e selar a aproximação com o governo do presidente Michel Temer, o MDB gaúcho oficializou o nome do governador José Ivo Sartori como candidato à reeleição. Também foi homologado o nome de José Fogaça como candidato a uma das vagas ao Senado. O partido sancionou ainda a aliança na majoritária com PSD, PSB, PR, PSC, PRP, PMN, PTC e Patriotas e ratificou as candidaturas das chapas proporcionais: serão 28 postulantes ao cargo de deputado federal e 49 a deputado estadual.

O evento, da qual participaram pelo menos três mil pessoas, foi reforçado com as presenças dos candidatos do MDB na disputa presidencial: Henrique Meirelles e o vice Germano Rigotto. A convenção gaúcha serviu ainda como oficialização da inclusão do nome de Rigotto na chapa nacional, definida pelo governo Temer e o comando partidário no sábado.

Em cerca de 30 minutos de fala, Sartori chamou a atenção com um discurso contrastante com aquele que vinha mantendo até então, de não admitir abertamente a candidatura, e evitar afirmações mais incisivas sobre adversários tanto da disputa regional como na nacional. “Os projetos individualistas foram todos derrotados pela história. Não é a vaidade, não é a aventura, não é o populismo que vai nos conduzir para o futuro. Não há nada mais mofado do que isso”, bradou.

Ao final do discurso, o governador afirmou ter três grandes objetivos em uma eventual segunda administração: a aprovação da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal proposto pela União; a privatização de estatais “para concentrar esforços no essencial: segurança, saúde, educação, infraestrutura e políticas sociais”, e o estabelecimento de condições para, durante o período de suspensão do pagamento da dívida, atrair novas empresas ao RS.

Foto: Fabiano do Amaral

Eduardo Leite (PSDB)

A convenção estadual do partido confirmou a candidatura do pelotense Eduardo Leite ao governo do Rio Grande do Sul. Para vice, foi confirmado o delegado Ranolfo Vieira Júnior, da coligação com o PTB. O partido confirmou apoio a Mário Bernd, anunciado pelo PPS, também neste domingo para a disputa ao Senado. O total de candidatos a deputados estaduais e federais será anunciado em uma reunião da Executiva do PSDB, na terça-feira.

Leite é pelotense e antes de ser prefeito de Pelotas, entre 2013 e 2016, foi vereador, presidente da Câmara e secretário municipal. Desde novembro do ano passado, é o presidente estadual do PSDB-RS.

Em seu discurso, Eduardo Leite agradeceu a todos os partidos que formam a coligação, muito especialmente aos Progressistas, pelo apoio da senadora Ana Amélia Lemos e do deputado Luiz Carlos Heinze. "Tem muita gente boa conosco e acredito que podemos transformar o Rio Grande. Porque nos últimos 15 anos piorou o país com a corrupção que roubou o dinheiro do povo". Lembrou que "o Rio Grande vive um clima de desalento e vamos trazer a transformação e o desenvolvimento, porque o povo já fez o Estado forte e pode fazê-lo novamente".

O candidato do PSDB disse que pretende planejar as políticas públicas, coibir os gastos excessivos para gerar desenvolvimento, empregos e renda. Prometeu priorizar saúde, educação, segurança e reduzir a burocracia para gerar mais empreendedorismo. Lembrou que "o Estado é muito caro porque tem um governo grande e gastador. Por isso vamos diminuir privilégios para investir em infraestrutura".

Enfatizou que "desenvolvimento gera empregos, educação de qualidade. Ainda educamos como no século XIX, com professores do século XX e alunos do século XXI". Prometeu combater a violência: "chega de violência! Chega de crime organizado mandando no Estado e no país! Por isso temos que investir em segurança. Isso será prioridade no nosso governo", assegurou.

Foto: Fabiano do Amaral

Miguel Rossetto (PT)

O Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou o ex-ministro Miguel Rossetto como seu candidato ao governo do Estado e referendou o nome do senador Paulo Paim como candidato à reeleição. O PT também apontou a ex-deputada estadual Ana Afonso (PT) como vice de Rossetto, mas mantendo a expectativa de substituí-la por uma indicação do PCdoB, consolidando a composição que tem sido pretendida há semanas pelos dirigentes petistas.

“Nossa missão é combater a elite dos atrasos, responsável pelo empobrecimento do povo brasileiro e pelo que representa o indicador terrível que é o aumento da mortalidade infantil”, apontou o candidato petista.

Rossetto afirmou que sua proposta busca enfrentar o modelo implantado pelo atual governo emedebista. “Vamos interromper o ciclo de destruição da estrutura de Estado implementada por José Ivo Sartori. Meu primeiro ato como governador será assegurar meios de pagar salários em dia a todos que trabalham para o Estado. É inaceitável, intolerável que um trabalhador, policial, brigadiano ou professor, termine um mês trabalhado sem saber quando vai receber e quanto terá disponível para cumprir as obrigações de sua família. Nossa visão de desenvolvimento é de geração da riqueza pelo trabalho e emprego, sem vender o patrimônio público construído por décadas pela sociedade gaúcha”, indicou o ex-ministro dos governos de Dilma Rousseff e Lula.

Rossetto falou sobre apoio à agricultura e sobre a necessidade de recuperação das atividades no polo naval da Região Sul do Estado. Afirmou que houve renúncia pelo governo Sartori desta estratégia de desenvolvimento. “Quero liderar um movimento pelo fortalecimento da indústria, através da vocação consolidada no polo petroquímico e na vocação do Estado para a geração de energia renovável”, mencionou.

Foto: Fabiano do Amaral

Jairo Jorge (PDT)

O candidato do PDT ao governo estadual, Jairo Jorge, afirmou durante a convenção que oficializou sua candidatura, que deseja unir o setor produtivo e os trabalhadores em torno de um novo projeto de desenvolvimento. “O Rio Grande do Sul é um Estado rico. O que falta ao Estado é um governo que não fique acomodado. Que tenha ousadia e coragem para investir em ideias que transformem esta riqueza em desenvolvimento. O povo gaúcho não quer saber de discurso bonito. Quer ver a prática, que é o caminho da verdade”, discursou nesta quinta-feira.

Jairo empolgou militantes ao dizer que pretende realizar a segunda revolução educacional no Estado, seguindo o exemplo do ex-governador Leonel Brizola. “Quero seguir os passos do nosso grande líder trabalhista. Meu governo não vai fechar escolas. No meu governo não vai ter salário pago a conta-gotas. Quero governar com a inteligência dos servidores ao meu lado”, sinalizou, em referência aos parcelamentos salariais pelos que o funcionalismo estadual tem enfrentado nos últimos meses.

Jairo citou experiências que considera exitosas naquele município como modelos que pretende empregar em sua gestão. “Quero impulsionar o crescimento econômico com base em duas estratégias que deram certo em Canoas: desburocratização radical e redução da carga tributária. Quero inovar. Fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar. Estimular a indústria e a força do emprego que ela é capaz de gerar”, apontou. No ato, o PDT homologou a aliança com PV, Podemos, Avante, PPL, Solidariedade e PMB.

Foto: Bruno Alencastro / Divulgação / PCdoB

Abigail Pereira (PCdoB)

O PCdoB confirmou a candidatura da ex-secretária estadual do Turismo, Abigail Pereira, ao governo do Estado, em convenção realizada na Capital, com presença da candidata à presidência pela sigla, deputada estadual Manuela D'Ávila.

"O Brasil está diante de dois projetos nestas eleições. De um lado estão aqueles que defendem o Estado mínimo para manter os lucros dos bancos, sem universidade pública, sem ciência e sem direitos. De outro lado, estão os que acreditam que a presença do Estado é fundamental para constituir uma nação soberana, o reencontro com o desenvolvimento, o combate às desigualdades e o acesso ao trabalho formal para milhões de brasileiros que estão desempregados", apontou, mencionando a Emenda Constitucional 95, que determinou conglamento de investimentos sociais no país por 20 anos, e a reforma das leis trabalhistas, que tem sido contestada por setores da sociedade.

O encontro também aprovou Tiago Souza da Silva, vereador de Campo Bom, como candidato a vice-governador na chapa com Abigail, e Everlei Martins para o Senado. Em seu discurso a candidata ao governo estadual criticou o atual governo. "Vamos debater que modelo de Estado é necessário para enfrentarmos a crise. Se é dos cortes e do desmonte, ou se é do investimento, desenvolvimento e da promoção dos direitos", declarou.

Abigail também destacou o papel das mulheres na luta por uma sociedade mais justa. "As mulheres são as mais prejudicadas pelo retrocesso em direitos. Mas, por outro lado, são exemplos de mobilização e luta", pontuou.

Roberto Robaina (PSol)

O PSol tornou oficial, em convenção, a chapa liderada pelo vereador da Capital Roberto Robaina e a professora de História da rede estadual Camila Goulart, do PCB, na disputa ao governo do Estado.

“Vamos mostrar que é possível governar o Rio Grande do Sul de outra forma, sem atacar os servidores públicos. Queremos fortalecer uma política de segurança pública que respeite a comunidade e não tenha como alvo massacrar a juventude pobre da periferia, valorizando os policiais e combatendo prioritariamente os crimes contra a vida”, anunciou Robaina, em forte discurso onde apontou “o imobilismo do governo Sartori”.

Robaina também revelou os planos da coligação para enfrentar as dificuldades de caixa do Estado. De acordo com ele, é necessário combater a sonegação e as isenções fiscais que “privilegiam apenas grandes empresas e defender a suspensão do pagamento da dívida do Estado com a União e a revogação da Lei Kandir”, disse. A campanha do PSol, afirmou o candidato, também defenderá o fim do auxílio-moradia a integrantes do Judiciário.

“Como mulher, professora e servidora pública quero levar para o centro da nossa campanha a luta por uma educação de qualidade, a defesa das causas feministas e a necessidade de governarmos em parceria com o funcionalismo, valorizando os trabalhadores e revertendo a lógica de ataques e de retirada de direitos vigente no governo Sartori”, declarou a candidata a vice, Camila Goulart.

A convenção oficializou também a nominata de candidaturas à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa, com 76 nomes, 27 a deputado estadual e 46 a deputado federal. A lista para a Assembleia é liderada pelo deputado estadual Pedro Ruas, candidato à reeleição, e pela ex-deputada Luciana Genro. Também irá concorrer o agrônomo Jurandir Silva, liderança do PSol em Pelotas.

Júlio Flores (PSTU)

O PSTU confirmou o nome de Júlio Flores como candidato ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições deste ano. A candidata a vice pela chapa do partido será Ana Clélia Schneider. 

Durante a convenção, o PSTU também decidiu pelos nomes de Marli Schaule e João Augusto Gomes como candidatos ao Senado Federal. 

Foto: Jorge Santos / Divulgação / CP

Mateus Bandeira (Partido Novo)

O candidato do Partido Novo ao governo do Estado Mateus Bandeira declarou durante a convenção que acredita no poder de mobilização de sua militância e na capacidade de propagar as ideias do Novo pelos meios digitais para chegar ao segundo turno das eleições. “Com o empenho de cada um que está aqui e com as centenas de milhares de seguidores que temos nas redes sociais, podemos chegar aos 15% dos votos válidos para disputar de igual para igual com qualquer adversário”, disse.

Aplaudido, Bandeira afirmou que acredita que a promoção das mudanças necessárias à sociedade se dá pela política e afirmou que compartilha da indignação com os rumos que a atividade tomou no país. “Estamos cansados de sustentar esse Estado obeso e ineficiente, saqueado pela corrupção e que concede privilégios a poucos. Acreditamos em um jeito diferente de fazer política. Nessas eleições há muita gente desesperançosa. Precisamos fazer nossa mensagem chegar a essas pessoas. Por isso, o grande desafio está na comunicação”, apontou Bandeira.

A campanha será desafiadora para o candidato do Novo, pois o partido, que prefere não optar pela estratégia de formar alianças, contará com apenas sete segundos de tempo para propaganda eleitoral em rádio e televisão. “Temos que deixar claro que não queremos fazer da política uma profissão, que dizemos não às corporações públicas e privadas que se apropriam do Estado, tirando o que é de direito do conjunto da sociedade. Que dizemos não ao conchavo das alianças de ocasião pela barganha por tempo de TV e que acreditamos na distribuição de chances iguais para que cada um utilize seu livre arbítrio para fazer o que quiser com a oportunidade”, descreveu.

Com a opção pela chapa pura, o Novo apresentou o ex-procurador-geral de Porto Alegre, na gestão de Nelson Marchezan Júnior, advogado Bruno Miragem, como vice. O partido também apresentou 25 candidatos a deputado estadual e 18 candidatos a deputado federal.

Correio do Povo