Teutônia decreta situação de emergência devido à estiagem

A estiagem causou perdas consideráveis na área rural do município, principalmente nas lavouras de soja, cultura do milho grão, milho silagem, bovinocultura de leite e na agropecuária.

10/01/2022

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Agricultura e Meio Ambiente

A estiagem provocada pela redução de chuvas na região acarretou em diversos prejuízos ao setor primário de Teutônia. Devido a isso o município decretou Situação de Emergência, na última quarta-feira, dia 5, através do Decreto n° 3055/2021.

A estiagem causou perdas consideráveis na área rural do município, principalmente nas lavouras de soja, cultura do milho grão, milho silagem, bovinocultura de leite e no setor da agropecuária. Além disso, a cultura de subsistência, também conhecida como agricultura familiar, a qual tem o objetivo do plantio de alimentos para consumo próprio, também foi afetada, bem como o abastecimento de água em lagoas e açudes para a dessedentação dos animais.   

Conforme levantamento realizado, em conjunto pela Emater/RS-Ascar de Teutônia, com base em dados coletados a campo e com apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Cooperativa Languiru, Cooperagri, STR de Teutônia e Westfália e do Conselho Municipal da Agricultura apurou-se o seguinte cenário até o momento:

Cultura do Milho Silagem: foram cultivados 4270 ha, cuja expectativa de produção inicial era de 32.000kg/ha de massa verde. Devido à estiagem, estima-se que houve redução de 60% na produtividade, o que representa uma perda econômica de R$ 24.595.200,00.

Cultura do Milho Grão: foram cultivados 1330 ha, cuja expectativa de produção inicial era de 7.200 kg/ha de grãos. Devido à estiagem, estima-se que houve redução de 60% na produtividade, o que representa uma perda econômica de R$8.905.680,00.

Cultura da soja: normalmente são cultivados 700 ha. Entretanto, devido à estiagem, apenas 50% desta área foi implantada e o desenvolvimento inicial da cultura está afetado, sendo que haverá necessidade de replantio de algumas áreas. Por enquanto não é possível avaliar as perdas econômicas nesta cultura.

Bovinocultura de leite: são ordenhadas anualmente 7500 vacas de leite, cuja expectativa de produção é em torno de 3.339.199 litros de leite por mês. Durante os meses de novembro e dezembro de 2021, houve uma redução de 8% no recolhimento de leite, o que representa uma perda econômica de R$1.068.543,68.

Uso racional de água

Em virtude do decreto de situação de emergência devido à estiagem e sem previsão de longos períodos de chuva, é fundamental que toda a população colabore na utilização dos recursos de maneira racional.

Maneiras de economizar:

- Reaproveitar a água da máquina de lavar roupas;

- Evitar lavar calçadas e veículos;

- Verificar e corrigir vazamentos;

- Manter a torneira fechada ao lavar louça e realizar a higiene pessoal.

A Secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Lídia Dhein, destaca o impacto da estiagem para os produtores rurais. "Enfrentamos duas estiagens seguidas, uma no ano de 2020 e outra em 2021/2022, afetando seriamente o setor agropecuário. Mais uma vez, o produtor rural investiu em suas lavouras de verão esperando uma grande colheita, tanto de milho grão, quanto de milho para silagem ou soja, entretanto, infelizmente, algumas lavouras foram completamente perdidas, enquanto outras iniciaram com uma boa evolução, porém, com uma má formação da espiga, o que reduziu o seu desenvolvimento vegetativo em função da falta de chuva", explica.

As pastagens de verão também foram prejudicadas em função da estiagem, o que dificulta a reserva de alimentos para o gado leiteiro no período de inverno e, consequentemente, encarece a produção do leite. "Uma maneira de amenizar parte dessas dificuldades são os bons manejos de irrigação para suprir necessidades hídricas das culturas, porém, com a falta de água mediante os longos períodos de estiagem, também haverá um nível de irrigação bem abaixo do normal, afetando a produtividade das plantações e sobrecarregando cada vez mais o agricultor", ressalta Lídia.