Câncer de próstata: mitos e verdades

Tumor é o segundo mais comum entre os brasileiros, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma.

07/11/2019

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Saúde e Bem-estar

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 68,2 mil novos casos de câncer de próstata foram registrados no Brasil em 2018. Assim, o problema é considerado o segundo tipo de tumor mais comum entre os brasileiros, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma.

Localizada na parte baixa do abdômen dos homens, logo abaixo da bexiga e à frente do reto, a próstata é um pequeno órgão em formato de maçã que envolve envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. Sua função é produzir parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides e é liberado durante a ejaculação.

Apesar de ser muito frequente, a doença é, ainda hoje, rodeada por tabus. Por este motivo, em grande parte das vezes, muitos homens acabam evitando consultas e exames importantes para realizar o diagnóstico que, se feito em fase inicial, apresenta boas chances de cura. O movimento mundial Novembro Azul, ocorre para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, e serve como incentivo para esclarecer as dúvidas que cercam o tema.

Abaixo, confira alguns mitos e verdades:

Problema só afeta homens idosos?

MITO. De fato, a idade mais elevada é um dos fatores que contribuem tanto para a incidência quanto para a mortalidade, principalmente dos 60 a 70 anos. Entretanto, não quer dizer que os homens mais novos não possam ser acometidos pela doença. Apesar de ser mais raro, há possibilidade de ela aparecer antes dos 50 anos.

— As sociedades de urologia recomendam que homens afrodescendentes ou com histórico familiar da doença comecem a fazer a avaliação a partir dos 45 anos. Já os caucasianos e os que não possuem nenhum relato na família podem começar aos 50 anos — explica Ernani Luis Rhoden, chefe do Serviço de Urologia da Santa Casa e professor de Urologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Histórico familiar aumenta a chance de desenvolver a doença?

VERDADE. A hereditariedade é um dos principais fatores de risco para a doença. Ter um pai, tio ou irmão (de linhagem paterna) aumenta duas a três vezes as chances de se ter o câncer de próstata em relação à população geral. Dois familiares de primeiro grau com a doença aumentam essa chance em cinco vezes.

Câncer de próstata não tem cura?

MITO. Ao contrário do que muitos pensam, a doença tem, sim, grandes possibilidades de cura, desde que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos em fase inicial. Rhoden recomenda que, para ficarem mais seguros, os homens façam uma avaliação anual:

— Muitas vezes, a palavra câncer é estigmatizante. Tratam como algo que não tem cura, mas tem, sim, depende do estágio da doença. 

Sedentarismo e obesidade são fatores de risco?

VERDADE. Não se sabe exatamente quais são as causas do problema, mas estudos mostram que alguns fatores podem contribuir, como o sedentarismo, a obesidade e até mesmo o tabagismo.

— A população do mundo com mais câncer de próstata é a afrodescendente americana, e a com menos é a asiática. A partir disso, avalia-se que possam existir fatores étnicos, geográficos e alimentares — explica o urologista Rhoden.

Gaúcha ZH