Em sua segunda experiência como Presidente do Legislativo, o vereador Carlos Alexandre Dutra, irá conduzir os trabalhos da casa em 2019. O progressista está no seu terceiro mandato como vereador e em 2013 foi sua primeira experiência na presidência da Câmara de Paverama. Carlão, como é conhecido, em entrevista ao Portal Clic Paverama, o Clic do Vale! falou sobre os desafios, as ideias e metodologias que pretende implantar, os trabalhos para manter a Assembleia Legislativa Municipal unida, além de comentar sobre política em nível de Estado e País.

Segundo informações da Casa, é a primeira vez que há uma eleição unânime em que a mesa é composta por integrantes de todas as coligações que disputaram o pleito anterior. Além do presidente Carlos Dutra (PP), a mesa é formada pelo vice-presidente Solferino Alves (PP), 1º secretário, Ricardo Kochen (MDB), 2º secretário, Cenilda Cassol (PSB). Além destas siglas, têm representatividade na Câmara o PSDB e o PDT, que apoiaram a chapa apresentada na eleição.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Como projeta essa sua segunda experiência como Presidente da Câmara de Vereadores de Paverama?

A expectativa é a melhor possível, os colegas são de bom diálogo e todos têm boa vontade. Pretendo implantar a ideia das comissões, em setores estratégicos e mais importantes do dia a dia do município, para que consigamos estar mais presentes nas decisões tomadas pelo executivo com os recursos públicos. Atualmente, todo mundo atua em todas áreas, mas no fundo atuamos de forma superficial. No momento que existirem responsáveis por dialogar com os secretários e o executivo sobre determinado setor, será mais rápido e eficaz o encaminhamento das ideias sugeridas pelos munícipes a nós vereadores. A ideia seria que para cada área haveriam dois vereadores responsáveis em levar ao executivo a demanda e acompanhar o andamento da mesma. 

Mesmo sendo oposição você presou nesses últimos dois anos por manter a câmara unificada. Pretende seguir essa politica nos próximos 12 meses?

Estou no meu terceiro mandato, e admito que não é fácil tomar as decisões sem envolver a política e o lado em que se fica após o resultado das urnas. Pois a tendência é cada vereador se comunicar com seus eleitores e seguir ideologia semelhante ao que se conversa em seu grupo. Mas desde meu primeiro mandato, sempre procurei tomar as decisões conforme minha ideia e jeito de enxergar as coisas, tentando sempre agregar e achar um jeito para que as coisas dessem certo. Sempre tive o entendimento de que, independente de quem está no cargo de prefeito, a função do vereador é a mesma, seja você vereador de situação ou oposição.  Neste mandato em especial, houve uma grande renovação na câmara e é preciso entender a leitura do resultado das urnas. Acredito que estamos no caminho certo, pois as diferenças políticas não estão atrapalhando o bom andamento dos trabalhos do legislativo. Existem divergências de ideias, mas sempre com o máximo respeito e isso é muito louvável. Neste novo ano vamos fazer de tudo para manter isso e tentar aproximar cada vez mais o legislativo do executivo, sem perder o foco do que a nossa função representa.

Você colocou em sua chapa um vereador do MDB, de situação, em meio a chapa teoricamente e oposição. Qual foi sua estratégia?

Na verdade, não é uma estratégia, podemos dizer que foi uma sequência de acontecimentos que levaram a termos a oportunidade de colocar no comando da câmara os três grupos políticos que concorreram na última eleição. O ambiente de respeito e o bom relacionamento de todos, criou clima favorável a darmos este grande passo rumo à unificação da câmara.

Houve entendimento e muita humildade por parte de todos colegas, para aceitar quebrar os paradigmas. Num primeiro momento, gera desconforto ou parece estar errado para membros mais antigos dos partidos e/ou pessoas que acompanharam a politica mais de perto nestes últimos anos. Mas assim como tudo requer evolução, não tenho dúvidas de que foi dado um grande passo, e que colheremos muitos bons frutos desta união das bancadas para defender o legislativo. É preciso deixar bem claro que, não quer dizer que não teremos discordância em determinados temas e ou divergências sobre projetos, mas tenho certeza de que assim as coisas aconteceram num fluxo com maior entendimento sobre as necessidades do executivo e a resolução das demandas que chegarem até nós e que sempre precisamos do executivo para dar andamento. Ou seja, não tem como não andarmos juntos, se quisermos fazer nossa parte como representantes da comunidade.

Estamos entrando em  2019 com esperanças renovadas na política, o que espera dos novos governantes, Leite e Bolsonaro?

Espero que consigam implantar as mudanças necessárias, para retomar a confiança da população e dos investidores. Nosso País já teve momentos de muito êxito e acredito que isso retornará. Vejo os anúncios dos Ministros por parte do Presidente Bolsonaro, e acredito que para um primeiro momento, estejam corretos. Entretanto, espero que não seja um governo totalmente reverso ao que foi nos últimos 16 anos, pois neste período também teve conquistas e evoluções, e não gosto da ideia de que ‘governo novo muda tudo’. De fato, neste momento o Brasil precisa ser passado a limpo e tirar pessoas de má índole da política, mas espero realmente que sejam avaliadas e mantidas todas as conquistas sociais que tivemos e que dão resultado no dia a dia do nosso povo. Que se implantem novas ideias e alguns limites, que já passaram da hora de ser dado, e nisso eu acredito muito no presidente eleito.

Com relação ao Estado, é sempre difícil de falar quando se sabe a dificuldade que estamos passando com relação à crise financeira do Rio Grande do Sul. Porém, acredito muito no Governador eleito Eduardo Leite e o vejo pronto para administrar, pois tem humildade de unir os partidos em prol do Estado, bem como reconhece as conquistas e o trabalho do atual Governador Sartori, tanto que, humildemente, convidou o partido do atual Governador para fazer parte do seu governo. Isso eu vejo com muito bons olhos, pois o desafio é muito grande e unir as forças e ter humildade de pedir ajuda, é um ato de grandeza para fazer dar certo.

Além disso, com o Brasil começando a andar, melhora também a nossa condição como Estado, pois as empresas produzindo mais também gerarão  mais empregos e aumentarão a arrecadação de impostos. Por isso, torço muito para que ambos governantes façam sua parte.

O que tens a dizer aos eleitores paveramenses: O que podem esperar da Câmara e da sua gestão a frente da casa em 2019?

A única coisa que posso dizer a população é de que é preciso aproximar mais a câmara dos cidadãos paveramense. Nesse sentido, vale destacar que a sessão é a ferramenta de apresentar o trabalho de cada vereador. Se a população não acompanha, fica mais difícil formar uma opinião sobre o trabalho da Câmara. Queremos a participação da comunidade no dia a dia da Câmara e com certeza os vereadores estão prontos para dar o máximo para atender as demandas que cabem a nós.

Não tenho dúvidas que este será um ano para ficar marcado na história do legislativo, não por eu ser o presidente, mas por estarmos todos unidos.