Diabetes: pães, massas e até algumas frutas podem comprometer a saúde de quem tem a doença

Segundo estimativas, até 2035, 19 milhões de brasileiros terão a doença.

17/11/2018

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Saúde e Bem-estar

No mês de novembro, quando é celebrado o Dia Mundial de Luta contra o Diabetes, a International Diabetes Federation informou que, segundo estimativas, até 2035, 19 milhões de brasileiros terão a doença. Especialistas dizem estar preocupados também com o alto índice de pacientes com pré-diabetes. É um estágio anterior da doença, que mostra um risco alto de desenvolvê-la.

Mudança de hábitos:

“Os pacientes com quadro de pré-diabetes devem mudar o estilo de vida, principalmente no que diz respeito aos hábitos alimentares e à prática de atividades físicas. Alguns fatores de risco também podem contribuir para o desenvolvimento da doença, tais como idade acima dos 45 anos, excesso de peso, sedentarismo, hipertensão, entre outros”, alerta a endocrinologista Lívia Marcela, mestre em Endocrinologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Receber o diagnóstico da doença não é fácil. Por vezes, o paciente tem a sensação de que nunca mais poderá comer nada – o que é um mito. O segredo está na distribuição de alimentos, na dieta com moderação e na monitoração da glicemia.

O vilão: açúcar?

O produto mais conhecido como o “vilão” para diabéticos é o açúcar. Mas ele é o causador da doença? Lívia Marcela responde: “O consumo de açúcar isoladamente não pode ser apontado como causa da obesidade, diabetes ou outras doenças graves. O paciente deve ter uma dieta individualizada mas com o controle da ingestão de carboidratos, sobretudo os simples”, explica.

Em outubro, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou um acordo com a indústria de alimentos processados para a redução do nível de açúcar em vários produtos. A proposta inclui iogurtes, achocolatados, sucos em caixinha, refrigerantes, bolos e biscoitos. “Cada um terá um nível de redução de açúcar, que será estabelecido até 2021”, disse Occhi na ocasião.

Para a endocrinologista, avaliar a quantidade de açúcar nos alimentos é uma tarefa bem difícil. “Não conseguimos ver o açúcar nos alimentos e até mesmo alimentos salgados possuem uma quantidade exagerada de açúcar. O consumo de açúcar não deve exceder 10% do total de calorias diárias. Alguns alimentos foram listados com suas quantidades de açúcar”, disse. Elaboramos uma lista da quantidade de açúcar em alguns alimentos que podem se tornar vilões da saúde. Observe:

– Biscoito amanteigado: predominantemente salgado, porém cada biscoito contém 1 colher de açúcar;chocolate: um quadradinho de chocolate contém meia colher de açúcar; petit gateau: pode conter 7 colheres de açúcar em sua composição e é um dos produtos mais açucarados que se pode encontrar; iogurte: algumas opções podem conter até 2 colheres de açúcar; refrigerantes: 7 colheres de açúcar; folhados doces: de 2 a 3 colheres de açúcar. Além disso, a massa folhada torna esse tipo de alimento bastante gorduroso por levar muita manteiga na receita; ketchup: cada sachê tem uma colher de açúcar; biscoito recheados: 1 colher em média. Esses são só alguns alimentos que contêm o açúcar “oculto”.

Qual é o seu consumo diário?

A questão importante: você sabe quantas colheres de açúcar consome por dia? Os carboidratos são responsáveis por fornecer energia às células do corpo, para isso, o organismo precisa transformá-los em açúcar e, por essa razão, eles são os nutrientes que mais elevam a glicemia. Porém, agem como o combustível para o carro. Quem elimina o carboidrato e passa a viver de salada e bife tem dores de cabeça e sente fraqueza.

O carboidrato pode fazer mal se consumido em excesso, porém, quando bem dosado, combinado como deve ser, pode melhorar a saúde. Os alimentos que contêm carboidratos são os cereais (arroz, milho, aveia), massas, pães, tubérculos, açúcar e frutas.

Equilíbrio no cardápio é o segredo:

O tratamento do diabetes começa pelos hábitos de vida saudáveis, na avaliação da endocrinologista Christiane Carvão, do Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher. “Ao contrário do que se pensa, o do tipo 2, quando recém diagnosticado, pode ser curado se a pessoa logo adquirir novos hábitos de vida e fizer uso correto da medicação”, explica a médica.

Para a especialista, a principal forma de prevenção é ter uma vida saudável, moderando o estresse, evitando ganho excessivo de peso, praticando atividades físicas e mantendo uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes e carnes magras.

Fonte: Agência Estado