O Rio Grande do Sul não consegue superar a má qualidade do Ensino Médio, revelam os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação. As informações são da GaúchaZH.

Conforme os números mais recentes, referentes a 2017, a nota das escolas públicas e privadas gaúchas foi de apenas 3,7, em uma escala que vai de zero a 10. É um resultado alarmante, porque revela a incapacidade do Estado de dar resposta a um problema notório e antigo.

Desde 2005, o Rio Grande do Sul mantém a nota em um mesmo patamar, bastante baixo, que varia de 3,6 a 3,9. Ainda que o índice de 2017 tenha sido ligeiramente superior ao da edição anterior do Ideb (3,6, em 2015), está abaixo do obtido em outras ocasiões (3,9, em 2013 e em 2009).

A estagnação torna-se ainda mais preocupante quando se leva em consideração que, ano a ano, o Rio Grande do Sul deveria estar atingindo metas cada vez mais altas. Para 2017, por exemplo, o índice proposto era de 5,1.

O Ensino Médio gaúcho também não se sai nada bem em comparação com o do resto do país. Em 2005, era melhor do que a média nacional. Tinha uma nota de 3,7, contra 3,4 do país. De lá para cá, o Brasil apresentou uma trajetória ascendente e evoluiu, ainda que de forma discreta, alcançado 3,8 no levantamento divulgando nesta segunda-feira.

Enquanto isso, o Rio Grande do Sul parou. Está hoje abaixo na média nacional. Das 27 unidades da federação, só supera 11, basicamente Estados do Nordeste e do Norte. Está longe dos primeiros da lista: Espírito Santo (4,4), Goiás (4,3) e São Paulo (4,2).

A deficiência é mais grave na escola pública, que puxa a média gaúcha para baixo. Enquanto o Ensino Médio privado conseguiu, em 2017, uma nota 5,9, os estabelecimentos estaduais mantiveram a rotina de fracassos, com média 3,4 (ligeiramente superior à da edição passada, mas 0,3 pontos abaixo da nota alcançada no levantamento anterior).

O que é o Ideb:

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o principal indicador da qualidade da educação básica no Brasil. A cada dois anos, em uma escala que vai de 0 a 10, calcula o desempenho das escolas públicas e privadas do país no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a partir questões aplicadas aos alunos em provas de língua portuguesa e matemáticae da taxa de aprovação. A meta para o Brasil é alcançar a média 6 até 2021. As escolas da rede privada participam por adesão, e não é calculado o Ideb delas, apenas a média de toda a rede.

Os resultados do Ideb 2017 para escola, município, unidade da federação, região e país são calculados a partir do desempenho obtido pelos alunos que participaram do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 e das taxas de aprovação, calculadas com base nas informações prestadas ao Censo Escolar 2017. Somente têm suas notas divulgadas as escolas com pelo menos 10 alunos matriculados nas etapas avaliadas  — 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio — e em que o número de alunos participantes do Saeb 2017 tenha alcançado 80% dos alunos matriculados.