Final de semana é marcado pela maior temperatura da história do Rio Grande do Sul
De acordo com a MetSul, o novo recorde estadual de calor apresentou a maior máxima desde o começo das medições regulares, há 110 anos.
03/03/2022
Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Variedades
Durante o último final de semana, o Rio Grande do Sul registrou a maior temperatura de sua história. O recorde ocorreu no extremo oeste do Estado, na fronteira com a Argentina.
A temperatura máxima em Uruguaiana na tarde de domingo, dia 28, atingiu 42,9ºC na estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia.
O registro é extraordinário do ponto de vista histórico na climatologia do Rio Grande do Sul porque se trata da maior temperatura máxima já observada oficialmente no estado desde que tiveram início as medições regulares entre os anos de 1910 e 1912.
A máxima passa a ser o novo recorde oficial absoluto de temperatura máxima no Rio Grande do Sul, superando os recordes anteriores de 42,6ºC em Alegrete em 19/1/1917 e em Jaguarão em 1º de janeiro de 1943.
De acordo com a MetSul Meteorologia, trata-se também do novo recorde oficial de calor para fevereiro no Rio Grande do Sul. E, ainda, o recorde absoluto de máxima para fevereiro e qualquer mês do ano em Uruguaiana, batendo as marcas de 42,2ºC de1986 e 42,0ºC de 1943.
Isso significa que os recordes de calor que perduraram por décadas e caíram agora em 2022 foram estabelecidos no Rio Grande do Sul quando o mundo lutava a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desde então, conforme os dados disponíveis (Santa Rosa estava sem dados oficiais na onda de calor de janeiro de 2022), jamais se anotou máxima tão alta quanto a de hoje no estado gaúcho em estação oficial.
Porque apenas em Uruguaiana?
O calor foi intenso em grande parte do Rio Grande do Sul neste domingo, dia 27, mas as marcas extremas na rede oficial ocorreram no Oeste, especialmente em Uruguaiana com 42,9ºC (novo recorde estadual) e Quaraí com 40,3ºC.
Em outras regiões, apesar de máximas muito altas, as marcas sequer chegaram perto dos valores anotados durante a onda de calor de janeiro deste ano.
O Instituto Nacional de Meteorologia registrou hoje máximas de 42,9ºC em Uruguaiana, 40,3ºC em Quaraí, 39,0ºC em Campo Bom, 38,7ºC em São Vicente do Sul, 38,5ºC em Alegrete, 38,1ºC em São Luiz Gonzaga, 38,0ºC em Rio Pardo, 37,8ºC em Teutônia, 37,7ºC em Santa Maria.
Em Porto Alegre, a máxima foi de 36,0ºC. Em cidades mais ao Sul gaúcho, por nebulosidade e chuva, a temperatura não passou de 30ºC em muitas cidades e em algumas, como Jaguarão, manteve-se abaixo de 25ºC na maior parte do dia.
O calor extraordinário de Uruguaiana não se repetiu em outras regiões gaúchas pela presença de muitas nuvens altas e médias que se formavam com o calor e com a presença de áreas de instabilidade trazendo chuva no Sul do Estado desde cedo da manhã.
Em Uruguaiana, em particular, pelas imagens de satélite, o tempo ficou mais aberto e permitiu o recorde de calor histórico.
Mas a menor nebulosidade por si só não explica o calor tão extremo e que superou as marcas na cidade observadas mesmo durante a excepcional onda de calor de janeiro de 2022.
O que foi determinante foi o ingresso de ar muito quente e seco a partir do Norte da Argentina com uma corrente de jato (vento) em baixos níveis da atmosfera atuando no Oeste gaúcho e que se originava na Bolívia.
Ainda conforme a MetSul, se destacam as ondas de calor de 1917 e 1943. Clique aqui e leia mais.
Clic Camaquã/MetSul