Hospital Ouro Branco restringe atendimentos devido à falta de repasses do Estado

Consultas e cirurgias na área de Coloproctologia, Traumatologia-Ortopedia, Otorrinolaringologia, Vascular e Bucomaxilofacial, estarão suspensas por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira.

30/11/2018

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Saúde e Bem-estar

Com sérios impactos já sentidos em hospitais filantrópicos e santas casas, a crise nas finanças da saúde pública do Rio Grande do Sul começa a trazer efeitos graves aos municípios gaúchos. Segundo a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o Estado deve R$ 500 milhões em repasses às prefeituras, recursos destinados à contrapartida do governo gaúcho para programas como Estratégia de Saúde da Família, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Farmácias Municipais.

Deste montante, há quantias atrasadas desde o governo Tarso Genro e que foram herdadas por José Ivo Sartori. No começo da atual gestão, em janeiro de 2015, os valores chegaram a ser renegociados e parcelados, mas, como já opera em déficit, o governo nunca conseguiu honrar o pagamento integral das parcelas. A bola de neve atinge a população dos municípios que já restringem atendimentos e reavaliam a continuidade de serviços.

Na manhã desta sexta-feira, dia 30, o Hospital Ouro Branco, de Teutônia, informou que o ambulatório de especialidades deixa de atender consultas e cirurgias na área de Coloproctologia, Traumatologia-Ortopedia, Otorrinolaringologia, Vascular e Bucomaxilofacial, por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, dia 3, devido ao atraso no recebimento de recursos. Seguindo, assim, o mesmo caminho de outros hospitais gaúchos.

Alarmado com a situação, o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) enviou, na terça-feira (27), uma carta aberta à população para alertar sobre o risco iminente de paralisação geral dos serviços médicos no Estado. No mesmo dia, secretários de Saúde de diversos municípios se reuniram na Capital para tratar do assunto. O grupo entregou uma carta com pedido de socorro ao Ministério Público, que, por sua vez, solicitou ao conselho a criação de um comitê de crise para monitorar, cidade por cidade, como estão os efeitos da paralisação dos hospitais – são ao menos 16 em todo Estado – e dos demais serviços de saúde. 

O Ministério Público informou que fará parte do comitê de crise para tentar resolver o problema sem entrar com ação judicial. O assunto é acompanhado pela promotora Liliane Dreyer. 

A saída dos médicos cubanos do programa do governo federal Mais Médicos, agravou a situação fazendo com que muitas unidades de saúde sejam fechadas porque ainda não receberam profissionais para substituí-los. Pacientes da atenção básica passam a procurar o pronto-atendimento e hospitais.

 

Fonte: GaúchaZH/Redação