Mais de 6 mil pessoas prestigiam a Feira do Livro de Teutônia

Programação ocorreu entre os dias 24 e 26 de outubro. No sábado, destaque foi a roda de conversa com escritores e historiadores.

28/10/2019

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Educação e Cultura

A 8ª Feira do Livro de Teutônia encerrou no sábado, dia 26 de outubro, com um público superior a 6 mil pessoas nos três dias de evento. No sábado, além da comercialização de livros e exposição de trabalhos, o destaque foi a roda de conversa com os escritores e historiadores que escreveram sobre a história de Teutônia.

A programação da 8ª Feira do Livro de Teutônia, que teve como tema “A arte de compartilhar”, iniciou no dia 24 e seguiu até sábado, no ginásio da Comunidade Católica Nossa Senhora do Rosário, no Bairro Canabarro. O patrono foi o historiador e escritor teutoniense Guido Lang. Diversas atrações estiveram à disposição da comunidade, como comercialização de livros, exposição de trabalhos desenvolvidos pelos alunos em sala de aula, espetáculos de dança, música, teatro, além de bate-papo com escritores, entre outras atrações.

No dia 26, a programação iniciou mostrando porque Teutônia é a Capital Nacional do Canto Coral. Isso porque o Coral Municipal de Teutônia, que tem como regente o maestro Martin Altevogt, apresentou algumas canções, com direito a flash mob no início da apresentação, com a “Canção do Amigo.”

Coral Municipal de Teutônia abriu a programação no sábado. Créditos: Divulgação.

Na oportunidade ainda, o patrono da Feira, Guido Lang, destacou que ser escritor é uma vocação. “O escritor registra os grandes feitos do homem. E nos nossos livros, lançamos apenas a centelha do que é a grandiosidade dos feitos da humanidade. Mas não adianta saber a história dos outros e não saber a nossa. Se temos hoje esta qualidade de vida, é por causa dos nossos antepassados, uma história que precisa ser conhecida”, afirmou.

A secretária de Educação, Rosana Schneider Rührwiem, destacou que a Feira do Livro atingiu os seu objetivos, de estimular o hábito da leitura. “Mais de seis mil pessoas passaram pela Feira. Todas as atividades foram de extrema importância, onde procuramos atingir todos os públicos. Tivemos êxito com uma programação pensada e preparada com muito carinho”, sublinhou.

Em seguida, iniciou o painel “O que temos de registro sobre a nossa história”. A atividade foi mediada pelo jornalista Lucas Leandro Brune, do Grupo Popular de Comunicação” e teve como painelistas a secretária de Educação, Rosana Schneider Rührwiem, e quatro historiadores e escritores que já escreveram sobre a história de Teutônia: Guido Lang, Selby Wallauer, Hélio Dahmer e Carlos Campos.

Painel com historiadores escritores foi o destaque de sábado. Créditos: AI Teutônia.

O painel iniciou com a reflexão sobre o que se sabe da história e que não está nos livros. Guido Lang lembrou das histórias passadas de geração em geração de forma oral. “Ouvimos muitas histórias de nossos pais e avós, mas essas histórias orais nunca foram escritos. Pouco se escreveu sobre esses saberes que passam gerações. A história está onde o povo está, nos nossos afazeres, no nosso dia a dia, o que precisa ser registrado”, observou.

Selby Wallauer colocou que muito da história já se perdeu. “As histórias das comunidades viraram cinzas no período Getúlio Vargas, pois estavam escritos em alemão, língua que foi proibida naquela época. Muitas histórias estão incompletas, incluindo muitas que constituem a história de Teutônia”, pontuou.

Hélio Dahmer observou que desde a colonização muitas histórias não foram registradas, inclusive de pessoas importantes. “Muito pouco foi escrito sobre a imperatriz Leopoldina. Muito esta mulher fez pelo Brasil e foi pessoa importante na colonização alemã no país, o que se reflete na história de Teutônia e região”, frisou.

Carlos Campos salientou que, além das muitas histórias orais que não estão registradas, os livros sobre a história de Teutônia só possuem resgistros até a primeira gestão de Elton Klepker como prefeito. “Não há registros das gestões depois do primeiro governo de Klepker, só aquilo que se contou adiante. E quando se conta adiante, sem o registro escrito, se perdem detalhes preciosos”, colocou.

Rosana Schneider Rührwiem, da mesma forma, comentou a história recente de Teutônia, pós gestão de Elton Klepker, não está registrada. “Depois do governo Klepker, o que foi registrado? Desafio os escritores a pensarem sobre isso, para que esta história não se perca”, sugeriu.

No sábado, a programação ainda seguiu com apresentações do Grupo de Danças Movimentu’s, além da invernada pré-mirim do CTG Porteira dos Pampas. Os Núcleos de Cultura de teutônia também tiveram a oportunidade de se apresentar durante o evento.

Dentre os objetivos da Feira do Livro estavam: promover um espaço para apreciação/contato com obras literárias e não literárias, incentivando o hábito da leitura, bem como o reconhecimento de uma comunidade leitora em Teutônia; divulgar a cultura local por meio de suas diversas manifestações; criar situações de aprendizagem num espaço lúdico de comunicação; e incluir e integrar diferentes segmentos da sociedade em torno de uma reflexão sobre a importância do conhecimento através do hábito da leitura.

O evento foi uma realização da Prefeitura de Teutônia, por meio da Secretaria de Educação. Foram parceiros da Feira do Livro: Associação dos Professores Municipais de Teutônia, Comunidade Católica Nossa Senhora do Rosário, Grupo A Hora, Livraria Wessel, Livraria Kadernus, Grupo Popular de Comunicação, Sesc, Sesi e TeutoNet.

Édson Luís Schaeffer/AI Teutônia