A expectativa em Fazenda Vilanova, com cerca de 4 mil habitantes, é muito grande para saber quem é o novo milionário da Mega-Sena. Apesar de muito moradores terem viajado por conta da virada do ano, quem permaneceu na cidade virou detetive e tenta descobrir o felizardo. A aposta vencedora foi realizada na única agência lotérica, a Águia da Sorte, que fica localizada em uma rua ao lado do km 368 da BR 386.

Uma aposta feita no município do Vale do Taquari está entre as seis vencedoras do sorteio da Mega Sena da Virada, promovido pela Caixa Econômica Federal na noite desse sábado. O prêmio de R$ 220,9 milhões será dividido com apostadores das cidades de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Fortaleza (Ceará), Trizidela do Vale (Maranhão), Belo Horizonte (Minas Gerais) e Salvador (Bahia). Cada um deles receberá pouco mais de R$ 36,8 milhões em dinheiro. As dezenas sorteadas foram 05, 11, 22, 24, 51 e 53.

Na residência da família Schmitt, onde estava sendo preparado um churrasco neste domingo com nove pessoas, o assunto não era outro. Caso o apostador seja do município, Paola Schmitt, 19 anos, acredita que “ele vai se esconder”. Já a irmã gêmea, Pamela Schmitt, suspeita de um costumeiro apostador da cidade. A mãe delas, Sandra Schmitt, 42 anos, reforça a desconfiança e revela que o mesmo já ocupou um cargo público local.

Já Lúcia Wahlbrink, 50 anos, proprietária de um mercado junto a BR 386, não descartava a possibilidade também de algum caminhoneiro ser o apostador milionário, entre os muitos que utilizam a rodovia e costumam dar uma parada na cidade. Em caso de ser alguém local, a comerciante acredita o sortudo terá de ir embora da região devido aos riscos de ser alvo dos criminosos visto que a cidade é pequena e “todo mundo se conhece”. Recordando que os idosos são os que mais apostam, ela lamentou a insegurança na região por causa da criminalidade. Um dos assaltos ocorreu justamente na frente do mercado, que tem portas e janelas gradeadas.

Em um posto de combustível, dois conhecidos conversavam muito entre si e cada um tentava apurar se o vencedor podia ser um deles. “Se fosse eu já tinha sumido”, garantia o aposentado Coraci Gravina, 60 anos. Apesar de suspeitar de algum caminhoneiro que passou pela cidade, ele espera que o milionário seja morador e que contribua em prol do desenvolvimento da região. Já o servidor público municipal Éder Paulo Espíndola Marta, 38 anos, afirmou que ajudaria a família, mas tem certeza que apareceriam “muitos amigos” de última hora. “Eu teria até demais”, calculou. Para os dois amigos, o sortudo pode até nunca mais retornar à cidade, seja morador ou caminhoneiro, com medo de ficar muito visado diante do atual momento de insegurança.