Redução da máquina administrativa é desafio para Sartori
Cúpula da gestão admitiu existência de desconforto com aliados do governo
Por Clic Paverama
Em Política
Antes mesmo do fim da votação do pacote pelo plenário da Assembleia, que ocorrerá na convocação extraordinária em janeiro, deve ter início uma nova etapa interna no governo: a de discussão do realinhamento na composição de espaços. Além da necessidade de readequação de representações, devido ao enxugamento e unificação de secretarias, terão de começar a ser colocadas em prática as mudanças envolvendo também as extinções de órgãos da administração indireta. As reduções na estrutura da máquina administrativa irão representar um desafio extra para o governador José Ivo Sartori na recomposição de forças no Executivo.
Ao comentarem reservadamente a reforma no secretariado, integrantes da cúpula da gestão destacam que o governador José Ivo Sartori não tem perfil para romper com aliados, mesmo os dissidentes, mas admitem que já começaram a ocorrer desconfortos e cobranças por parte de lideranças de partidos que, independentemente da polêmica e do desgaste, apoiaram o pacote. Entre os considerados mais fiéis, estão o PP, o PSB e o PSDB.
Além de compensar os parceiros leais, o governo terá de promover as mudanças para tentar certificar-se do tamanho real da base que terá na Assembleia a partir do ano que vem, fazendo previsão mais certeira dos apoios que terá em relação a outras medidas que virão pela frente, segundo cronograma, provavelmente em março.
As próximas propostas envolvem alterações em carreiras de categorias do funcionalismo, iniciativas de cobrança da dívida ativa e mais enxugamentos, que colocarão em discussão também os papeis de órgãos como o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e instituições como Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e Badesul. Neste último caso, articulações já ocorrem inclusive junto aos estados de Santa Catarina e Paraná, que estaria apresentando resistências.
Postura do PDT é classificada de irresponsável
Integrantes do governo Sartori avaliam internamente como irresponsabilidade da bancada do PDT a postura em relação a propostas do pacote, mencionando inclusive que o partido terá Jairo Jorge como candidato ao Piratini em 2018. “Alguém vai ser governo amanhã. O cenário será delicado e contrário aos que hoje optam em ficar de bem com as galerias da Assembleia”, disse um governista à coluna.
A situação para a próxima administração do Estado, caso a crise não seja minimizada, será ainda mais severa em função do fim do aumento das alíquotas do ICMS, exigência da bancada do PDT à época da votação para dar apoio à iniciativa.
Correio do Povo
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