Supermercados gaúchos projetam aumento de 8% nas vendas de Páscoa

Indústria reformulou produtos e terá ovos de chocolate mais acessíveis aos consumidores

27/02/2018

Por Clic Paverama
Em Notícias Gerais

Sempre dispostos a presentear familiares e pessoas do seu convívio em datas festivas, os consumidores gaúchos encontrarão uma gama maior de opções para contemplar os entes queridos nesta Páscoa. É o que aponta estudo desenvolvido pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), revelado nesta terça-feira (27) pelo presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, após ouvir 55 empresários do ramo supermercadista de todo o Estado. Segundo a pesquisa, os supermercados gaúchos estão otimistas, e projetam uma alta de 8% nas vendas de produtos típicos nesta Páscoa na comparação com o ano passado. "A indústria se readequou e está possibilitando que o varejo ofereça uma Páscoa mais enxuta, mais barata e mais criativa para os consumidores. Haverá ovos de chocolate para todos os bolsos, mas também kits, cestas e chocolates avulsos para o incremento das comemorações desta Páscoa", resume o presidente da Associação.

Segundo Longo, a readequação dos supermercados para esta Páscoa passa por modificações instituídas pela indústria - as parreiras de ovos deverão ser menores, com menos chocolates grandes e com versões mais baratas -, mas também é reflexo de mudanças que os varejistas estão propondo. "Certamente haverá um ajuste do portfólio para evitar sobras e excesso de promoções depois do domingo de Páscoa, bem como uma aposta maior nos tabletes e bombons. A Páscoa sempre será importante pelo seu significado cristão e pela magia que entrega às crianças, porém o seu tamanho se tornou menor do que no passado recente", esclarece o presidente da Agas. O supermercadista destaca ainda que a exposição dos ovos foi antecipada em 2018, e que as lojas deverão inovar para conquistar consumidores. "Neste ano, estão em evidência ovos de até R$ 19,90, com menor gramatura e menos brinquedos dentro. Muitos supermercados vão fazer kits para presente, e apostar também na venda de brinquedos fora dos ovos", exemplifica.

Os supermercados são tradicionalmente líderes na comercialização de chocolates no período de Páscoa, e a expectativa de 8% de crescimento se dá, também, pela base ruim da data em 2017 - quando a comercialização de ovos caiu 12%. Ao todo, os supermercados do Estado deverão comercializar 6,8 milhões de ovos de chocolate até o dia 1º de abril, domingo de comemorações da festividade. Com relação aos preços, a pesquisa aponta que o valor médio dos produtos típicos de Páscoa está 5,9% superior ao ano passado. "Os consumidores mais atentos certamente terão um gasto similar ao do ano passado, comprando mais produtos de menor valor agregado", explica Longo. A pesquisa da Agas mostra que apenas 11% dos varejistas ouvidos pretendem contratar temporários para a Páscoa - 90% dos cerca de 1,1 mil empregos temporários criados no RS serão de vagas na indústria, em cargos como operador de logística, montador, promotor de vendas e estoquista.

O estudo mostra ainda que Páscoa é a segunda melhor data em vendas para o setor, atrás apenas das festas de fim de ano, e a venda de itens específicos para a data festiva vai representar 11% do faturamento de março nos supermercados. "O setor está apostando em uma gama maior de itens para incrementar as vendas da Páscoa, fazendo promoções em pescados para a Sexta-feira Santa e em carnes e bebidas para o tradicional churrasco de domingo", destaca.

Confira o comparativo em relação à Páscoa passada:

                                               Expectativa de vendas        Variação de preços

Ovos de Páscoa                   +5,0%                                                 +4,0%

Barras de chocolate             +12,1%                                              +7,3%

Caixas de bombom              +10,1%                                               +7,9%

Colombas pascais               +7,3%                                                 +3,3%

Peixes/ pescados                 +2,5%                                                 +2,6%

Azeites                                   +5,0%                                                 +5,1%

Vinhos nacionais                  +9,0%                                                 +5,0%

Vinhos importados              +5,8%                                                 +10,3%

Azeitonas                              +3,1%                                                 +3,3%

Carne para churrasco          +5,5%                                                 +9,7%

 
Ovos para todos os bolsos - Mesmo que as barras e bombons ganhem espaço, os ovos de chocolate ainda serão preferência para os consumidores gaúchos nesta Páscoa. Longo lembra que, entre os ovos de chocolate, também há consumidores dos produtos "premium", mais caros e adquiridos para presentear, que deverão representar cerca de 12% das vendas. Com relação à procedência dos chocolates vendidos pelos supermercados do Estado, 73% deverão ser oriundos da indústria brasileira (outros estados), 20% de fabricantes gaúchas e 7% de chocolates importados.

Aumentam compras com débito e tíquetes - Através da pesquisa, a Agas questionou aos supermercadistas sobre como eles projetam vender os produtos típicos de Páscoa. As compras à vista (dinheiro e débito) deverão seguir majoritárias, mas os pagamentos com tíquete alimentação ganharão espaço na Páscoa de 2018. "O consumidor está muito consciente e não quer se endividar. Este é um comportamento muito marcante nos brasileiros atualmente", sublinha Longo:

 

Meio de pagamento

2016

2017

2018*

Dinheiro

48,1%

45,0%

46,1%

Débito

16,9%

17,3%

21,2%

Crédito

22,5%

25,0%

22,0%

Tíquete

4,2%

3,7%

7,7%

Cheque

3,0%

4,2%

1,2%

Outros

2,3%

4,7%

1,7%

*Previsão

Ao todo, os supermercados do RS vão comercializar cerca de 6,8 milhões de ovos de chocolate, que deverão alavancar um faturamento de R$ 129 milhões para o setor. Entre os bombons, a estimativa da Agas é de que pelo menos 6,1 milhões de caixas sejam comercializadas para a data, agregando ao faturamento do setor mais R$ 37 milhões.

Fonte: Agas