Testemunha de assassinato de taxista em Paverama passa de vítima a acusada pelo crime

Delegado José Romaci Reis determinou a prisão preventiva do indivíduo de 20 anos de idade.

29/12/2022

Por @ClicPaverama | contato@clicpaverama.com.br
Em Polícia e Trânsito

A Delegacia de Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o assassinato do taxista Bruno Rosa Miranda, 21 anos, ocorrido na noite da terça-feira, dia 27, em Paverama.

De acordo com a primeira versão, relatada por um rapaz de 20 anos que inicialmente foi arrolado como vítima, ele teria tomado o táxi na cidade de Taquari, com destino a localidade de Colônia Vinte de Setembro, onde reside. O rapaz afirmou que no decorrer do trajeto, dois indivíduos acenaram para o taxista, que parou. A dupla também entrou no veículo. Durante a corrida, um dos homens teria sacado uma pistola e exigiu que o motorista seguisse viaqem.

Quando pararam, no interior de Paverama, um dos supostos assaltantes que estava no banco traseiro teria aplicado um mata-leão (golpe de asfixia) no taxista e na própria testemunha. Eles teriam sido estrangulados e jogados no chão.

Em seguida, os criminosos teriam embarcado em outro carro e fugido na direção da BR-386. O taxista, Bruno Rosa Miranda (21), morreu no local.
 
A suposta testemunha, de 20 anos de idade, pediu ajuda para populares, que acionaram a Brigada Militar. A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias também foram chamados para os levantamentos necessários.

Porém, a história contada pelo indivíduo não convenceu o experiente delegado, que passou a desconfiar do relato. “Primeira coisa que fiz foi mandar os agentes procurarem a arma usada no crime. Nas imediações do local do crime, foi encontrada a pistola de brinquedo. Também encontramos a camiseta dele (testemunha), ali perto no mato. Imagens de câmeras de monitoramento de Taquari revelaram que era a mesma camiseta que a suposta testemunha usava antes de chamar o táxi. Quando apresentei esse material para ele, a casa caiu, e ele confessou a verdade sobre os fatos”, conta Reis.

O que de fato aconteceu:

Conforme o delegado José Romaci Reis nunca houve outros envolvidos no crime, a não ser a própria testemunha, que na verdade é o autor do homicídio. “Nunca houve outros passageiros no táxi, a não ser ele mesmo (testemunha). Ele contou essa história para tentar se livrar do crime que ele próprio cometeu.

Na verdade, ele tomou o táxi em Taquari com destino a Paverama. Quando revelou que não tinha dinheiro para pagar a corrida, o motorista mudou o rumo para um lugar bem distante do ponto de chegada para que ele seguisse a pé (como forma de represália pelo não pagamento da viagem). Foi ai que o passageiro sacou uma arma de brinquedo e obrigou o taxista a seguir até a localidade de Cabriúva, interior de Paverama.

Quando o motorista estacionou em um local afastado, ele aplicou o mata-leão do banco traseiro. A vítima, que é uma pessoa obesa e que já tinha problemas de saúde, acabou perdendo os sentidos, inclusive vindo a vomitar. Quando ele desmaiou, o autor do crime desceu e agarrou o motorista pelo pescoço para tirá-lo do carro, foi nesse momento que possivelmente houve a morte por esganadura. Inclusive o autor do crime restou com a camiseta vomitada pela vítima, o que pode ser o motivo pelo qual ele acabou tirando a peça e escondido no mato, na mesma área que foi achada a arma de brinquedo”, esclarece Reis.

Diante da confissão do autor do crime, o delegado pediu a prisão preventiva do homem de 20 anos, por latrocínio (roubo seguido de morte). Ele foi recolhido ao presídio de Lajeado, onde deve aguardar o julgamento. O acusado , conforme José Romaci Reis, é morador de Taquari e já tem antecedentes criminais por adulteração de veículo automotor, lesões corporais, entre outros de menor poder ofensivo.

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