Meio Ambiente e Sustentabilidade por Márcio Silva do Amaral

Lideranças e desafios

Uma embarcação enfrentando uma tempestade deixa os passageiros preocupados. A criança que brinca numa das salas do navio não sente medo, pois confia no seu pai que é o capitão da embarcação. Isso é liderança.

Porque deixamos de formar líderes e em consequência temos uma geração que não sabe enfrentar as tempestades recorrendo a drogas, violência e outros subterfúgios? Falta-lhes uma ancora. Um modelo, líder, padrão a ser seguido.

Infelizmente, o processo se inicia em casa quando os filhos não recebem preparação em sentido ético, moral e emocional. Muitos pais estão preocupados em buscar bens materiais, sucesso e recreação que esquecem de ter um tempo de qualidade com a família. Requer esforço – mais do que simplesmente estar com eles, têm de comunicar-se ou relacionar-se eficazmente. Lares tornaram-se iguais a postos de gasolina, onde as pessoas passam apenas para abastecer.

Notamos no dia-a-dia de uma família, quando o pai chega cansado do trabalho e vai para frente da televisão ou computador, interessado “nas notícia” ou no Facebook e esquece de abraçar, conversar e se relacionar com os filhos. Assuntos televisivos e de redes socais não mudarão a sua vida – mas, a educação dos filhos fará diferença.

Outro ponto é a falta de referência padrão. Em consequência, não se provê nenhuma disciplina ou orientação sadia. Um exemplo é quando alguém bate na porta e o pai pede para o filho dizer que ele não está, neste caso, o padrão (pai) dando um “desdobre” está ensinando o filho a mentir. Quando o pai (ou a mãe) diz: “trabalhar é ruim... é cansativo...” Que conceito os filhos terão do trabalho?  A Bíblia diz: “Se a trombeta não der um toque claro, quem se aprontará para a batalha?” - 1 Coríntios 14:8

Não ensinar ou impor limites faz com que se perca uma infância normal e cria-se comportamento antissocial.  Limites precisam ser impostos e ensinados, caso contrário tente pular de cima de um prédio.  Se não aprenderem a tratar os outros com dignidade e a respeitar limites, como se saíram na escola e no trabalho?

Também é necessário correção. Sem precipitação, pois antes de corrigir é preciso entender todos os fatos. A disciplina não é para dar uma satisfação para os outros, mas para gerar reflexão e qualidade em quem recebe. Seja flexível. Trate os problemas em particular ou em outra ocasião. Critique o ato errado e não a pessoa. Chamar o filho de “burro” – apenas mostra que ele é filho de um burro. Não humilhe e aprenda a elogiar, elogiar e elogiar.

Lembre-se de ensinar, delegar e dar margem ao erro.  Assim, estará preparando os filhos para tomarem decisões, enfrentarem tempestades e imprevistos. Terá que treiná-lo como um amigo. Igual pesca com linha fina. Vai dando linha e puxando o peixe para perto de si. No caso dos filhos, vai dando liberdade – e acompanhando para orientá-lo.

O padrão que temos com a família irá se refletir no convívio social e profissional. Tente a título de sugestão colocar em prática estas ideias no trato com aqueles que estão sob a sua responsabilidade ou liderança.  Os resultados com certeza serão animadores.