Meio Ambiente e Sustentabilidade por Márcio Silva do Amaral
Segurança Alimentar
Conforme a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em uma definição estabelecida na Conferência Mundial da Alimentação (CMA) de Roma em 1996, a segurança alimentar ocorre quando todas as pessoas têm acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais e preferências alimentares, tendo assim uma vida ativa e saudável.
A disponibilidade dos alimentos, o acesso das pessoas aos mesmos e um consumo adequado do ponto de vista nutricional são os três pilares sobre os quais se assenta o conceito de segurança alimentar. As mudanças climáticas, a escassez de água ou a degradação dos solos são algumas das ameaças que colocam em perigo a segurança alimentar, além dos atuais efeitos socioeconômicos da pandemia da COVID-19.
Nos últimos meses, aconteceram mudanças no consumo de alimentos, motivadas pelo isolamento social e em resposta à pandemia. Há um aumento no consumo de itens básicos da alimentação porque muitas famílias têm optado por elaborar suas refeições em casa e reduzindo suas idas aos mercados.
O relatório da FAO de 2019 estima que um total de 2 bilhões de pessoas no mundo têm algum nível de insegurança alimentar. Estes dados comprovam que a segurança alimentar, apesar de não afetar a todos igualmente, é um problema global. Um exemplo disso é que, nos últimos anos, aumentou a fome de forma paralela com outras formas de má nutrição, como é o caso da obesidade.
Conforme a ONU, atualmente, uma de cada nove pessoas no mundo está subalimentada — no total: 815 milhões de pessoas —. Se não forem tomadas medidas, a previsão é que este número chegue a dois bilhões. O que está contribuindo para a insegurança alimentar?
Além da degradação dos solos e a escassez de água, temos também a poluição atmosférica, mudanças climáticas, urbanização, crises econômicas, falta de gestões responsáveis de governos e a falsificação de alimentos.
“Quase todo ingrediente que tem valor econômico, por mais moderado que seja esse valor, está potencialmente vulnerável à fraude”, disse o presidente de uma consultoria de segurança alimentar. Um especialista calcula que 10% dos alimentos adquiridos por consumidores em países desenvolvidos estejam adulterados.
Nos últimos meses a crise do novo coronavírus e suas derivações sociais e econômicas entrou em cena para pôr em perigo ainda mais a distribuição de alimentos e a segurança alimentar.
Cientistas e especialistas no mundo todo estão envolvidos na geração de conhecimento e no desenvolvimento de soluções que ajudarão a enfrentar esse grande desafio do planeta: a segurança alimentar. Mas isso não significa que devamos nos omitir de responsabilidades, especialmente no que diz respeito a gestão ambiental.