Branding & Inovação por Felipe Morais
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas?
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas? Esse estudo que você vai ler abaixo é um compilado de insights de um estudo que recebi no inicio de 2024 feito pela InPress Porter Novelli, uma das principais agências de relações públicas do país.
Nesse estudo, a empresa entrevistou grandes nomes da comunicação de grandes empresas, como McDonalds, Ambev, GSK, Sodexo, Ambev, Unilever, GOL/Smiles entre outras visando entender os novos caminhos da comunicação para as marcas no ano de 2024. Nesse artigo, colocarei alguns insights do que foi apresentado, e claro, colocando a minha opinião em cada um dos insights, sempre dando o devido crédito a quem falou, afinal, no mundo cada vez mais digital a cópia é descoberta em pouco tempo, não é?
A base do estudo da InPress foi o avanço tecnológico e as transformações comportamentos que estamos vendo ao longo dos anos, cada dia mais rápido. O mundo, cada vez mais digital, muda a todo o momento, o que é tendência hoje, é algo ultrapassado daqui a alguns meses e isso exige que todos os profissionais de comunicação e marketing, estejam cada dia mais antenados, e não estou falando apenas de quem trabalha com o digital, uma vez, que essa divisão do online com o offline há tempos que não existe, ou melhor, só existe dentro dos departamentos de marketing ou nas agências, exatamente, onde não deveria existir.
No estudo que deu origem a esse artigo, Tendências para 2024: O que dizem os especialistas? Podemos ver um depoimento de Roberta Machado, CEO da InPress Porter Novelli "com os consumidores mostrando-se mais seletivos e exigentes em relação às marcas com as quais se envolvem, a comunicação vem se tornando cada vez mais estratégica, direcionada e integrada aos valores fundamentais da organização”, e ela tem toda a razão, com o movimento do Showroomer - que não tem absolutamente nada de novo - onde as pessoas pesquisam dentro da loja os produtos que desejam comprar parar ver se acham mais barato no site, tudo mudou, pois esse movimento também é feito para saber mais sobre um produto.
Vá a uma loja no shopping e veja a quantidade de pessoas com o celular na mão, nem sempre estão sendo Showrommer, muitos podem estar apenas no WhatsApp com um parente ou no Instagram passando o tempo, mas alguns estão ali pesquisando sobre o produto e isso muda tudo no jogo do varejo, cada vez mais dinâmico.
Dados são fundamentais:
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas? Dados! Esse foi o recado de profissionais como David Grinberg (McDonalds), Suelma Rosa (Unilever), Rafael Torres (Sada), Fábio Abud (Agrogalaxy), Ilane Saraiva (Localiza & Co.), Vanessa Gordilho (Vibra), Gabriela Simões (GSK), Alexandre Scaglia (Amazon), Beatriz Cabral (GOL/Smiles) e Claudia David (Sodexo), ou seja, deixar os dados de lado é um enorme tiro no pé, como por exemplo, diz, Grinberg "chega de opiniões soltas, “achismos” e “sempre foi dessa forma”. Debruçar-se sobre dados, cruzar fontes e analisar contextos é chave”, o “eu acho” não cabe mais no universo do marketing digital, ainda mais com toda a tecnologia e ferramentas que temos a nossa disposição para entender dados e como levar a comunicação para o público de uma maneira mais direcionada.
Suelma deverá conduzir a estratégia da Unilever, para 2024 com estratégias pautadas em dados, tendo a Inteligência Artificial generativa, maior uso de linguagem audio visual e cocriação com influenciadores como formas de impactar o consumidor, porém, sem dados, nada disso sairia do papel, pois são os dados que devem direcionar os caminhos.
Inteligencia artificial e dados:
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas? Para Gabriela Simões, da GSK, "observamos uma grande quantidade de dados e insights disponíveis que devem ser usados de forma a atender as preferências individuais e oferecer conteúdo relevante e personalizado”, e ligo isso a um estudo recente da Kantar com tendências para 2024 onde a personalização é um ponto alto para os próximos anos, cada vez mais as pessoas querem sentir que aquele produto ou mesmo a comunicação foram feitos para eles.
A Inteligência Artificial permite que a comunicação seja feita especificamente para cada pessoa, está cada dia mais avançada as ferramentas, entretanto elas precisam de dados para criar algo que seja o mais próximo ao desejo do consumidor e não será apenas as ferramentas Analytics do Google, Instagram, Facebook, LinkedIn e YouTube que deverão trazer esses dados.
Para Fábio Abud, da Agrogalaxy, a Inteligência Artificial vem como uma arma poderosa para as relações, segundo o head de comunicação da empresa "estamos criando conexões mais profundas com o público-alvo por meio de conteúdo e estratégias mais precisas”, e isso graças as tecnologias disponíveis, mas novamente, não são as ferramentas gratuitas que nos darão a profundidade que necessitamos, tal qual, não são as tecnologias de Inteligência Artificial que farão tudo, o trabalho humano ainda não será substituído pela máquina, ainda há muito cérebro a ser testado antes das ferramentas.
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas? Dados e tecnologia devem estar cada vez mais próximos um do outro, devemos parar de pensar apenas em conteúdo para Redes Sociais, isso é importante, mas não é tudo, aliás, marketing vai além do digital, que vai além do Instagram e TikTok.
Inteligência Artificial Generativa:
Em 2023 o mundo falou, basicamente, de um único assunto: Inteligência Artificial Generativa. E isso começou logo nos primeiros dias de 2023 quando o ChatGPT caiu no gosto popular. Para Alexandre Scaglia, da Amazon, "em 2023, o mundo descobriu a Inteligência Artificial generativa, um tipo de IA que pode criar conteúdos e ideias. Em uma simplificação, como toda aplicação de Inteligência Artificial, a IA generativa é alimentada por modelos de machine learning, que por sua vez são baseados em algoritmos complexos pré- treinados em quantidades gigantescas de dados". E é isso mesmo, pois estamos diante de uma tecnologia que deverá revolucionar ainda mais o varejo como um todo, da grande loja ao pequeno comércio de bairro.
Em meu livro Transformação Digital, eu já falava do guarda-chuva que esse conceito é, tendo embaixo dele, mais de 40 iniciativas, entre elas a Inteligência Artificial, Machine Learning e BigData, um conceito pouco falado nos últimos anos, mas fundamental para trabalhar os dados.
Para Rafael Torres, da Sada, "as narrativas criadas precisam ser embasadas em fatos e dados. Falar apenas não gera conexão. E as pessoas se conectarão às organizações que realmente façam o que falam em sua comunicação”, e o que podemos entender disso? Que a comunicação passou a ser muito mais transparente e estratégica, a ideia continua a ser a plataforma essencial para a comunicação, mas hoje, a ideia é muito mais embasada em dados do que antigamente, e para o futuro, isso será cada vez mais necessário.
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas? Não há muito como fugir do que vimos acima, dados e tecnologia, mais uma vez, alinhados para uma comunicação mais assertiva.
Marcas, sejam autenticas!
Parece óbvio, mas já vimos alguns casos que mostram que isso não é tão óbvio como se parece. Ainda hoje, aposto que você recebe brief de marcas “queremos ser como a Apple”, na boa, eu particularmente, nunca vi alguém ser autêntico imitando outra marca, seja ela qual for.
Lucas Crepaldi, da Randstad Brasil afirma que "observamos uma crescente demanda por um vínculo emocional mais profundo entre marcas e consumidores. A personificação da marca e a utilização de pessoas como representantes autênticos tornam-se cruciais para estabelecer conexões genuínas. As empresas que desempenham o papel de "parceiros" dos consumidores, conquistando sua confiança e construindo relações sólidas, emergem como as mais admiradas". Peguemos o termo parceiro como gancho desse depoimento de Crepaldi e cruzamos com um dos pilares do branding, quando marcas são usadas pelas pessoas para representar o que elas querem ser.
Não vendemos mais produtos, mas sim, sonhos e resolução de problemas, assim, uma marca que consegue construir uma percepção nas pessoas de que ela está ali para ajudar, tem uma chance muito maior de ser uma marca parceira, e quando isso entra na mente do consumidor, dificilmente sai.
Vou dar um pequeno exemplo pessoal. Alguns dias da semana eu trabalho de casa. Na hora do almoço, eu nem penso muito. O bar da esquina de casa. Comida ótima, tratamento excelente, preço justo e são rápidos. Por volta das 12h30, eu mando um WhatsApp para eles. O tempo de colocar um tênis, chamar o elevador, descer e atravessar a rua, é o tempo da comida estar pronta. Chego, pago, subo e como. Simples e rápido. Uma marca parceira, por mais que tenham outros restaurantes perto de casa, essa é sempre a minha preferência.
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas?
O estudo da InPress tem 76 páginas, com depoimentos de mais de 40 pessoas, tanto de empresas como da própria empresa. Encerro por aqui esse artigo para não ficar muito longo, mas podem ter certeza que trouxe para vocês o mais importante do que foi falado, já que eu li todo o material antes de escrever aqui.
Tendências para 2024: O que dizem os especialistas? Dados, tecnologia, autenticidade de marca. Esse já é um bom caminho para que o seu 2024 seja de muito sucesso!
Felipe Morais (@plannerfelipe) é professor e coordenador do MBA de Gestão Estratégica de Ecommerce.
Palestrante, autor de livros sobre planejamento digital e e-commerce, já atuou em empresas como Nova.com, Giuliana Flores, DellaVia Pneus, Moda em Atacado. Atualmente é gerente de marketing e e-commerce da Dezak.
Site: www.felipemorais.com