Hora da Saúde Mental por Marina Souto Ferreira

Vamos falar sobre Ansiedade de Crianças e Jovens

Podemos nos perceber pensando da seguinte forma “Como alguém tão pequeno, ainda no começo de sua vida pode ter tantas preocupações?”, pois as nossas crianças também ficam preocupadas. E você sabia que em crianças e jovens é muito comum apresentar os Transtornos de ansiedade sendo que constituem o maior número de grupo de problemas de saúde mental durante a infância.Tais questões impactam diretamente na capacidade de aprender, nas relações com amigos e familiares. E estes transtornos costumam ser persistentes gerando aumento na probabilidade de problemas futuros na idade adulta.

Falar sobre ansiedade é algo complexo, tendo em vista que envolve componentes cognitivos, fisiológicos e comportamentais. A ansiedade possui uma função importante para nossa sobrevivência, se encontra associada a emoção do medo, e com isso pode antecipar e evitar um perigo futuro, assim facilitando a autoproteção e as preocupações variam de acordo com a idade e os desafios os quais a vida vai apresentando, exigindo da gente adaptações.

Paul Stallard e colaboradores em seu livro: Ansiedade: Terapia Cognitivo-Comportamental para Crianças e Jovens aborda sobre algumas pesquisas realizadas referente a ansiedade. Um estudo feito por Muris et. al. (1998) obteve como resultado da pesquisa que 70% das crianças entre 8 e 13 anos se preocupavam de vez em quando. Estas preocupações estavam focadas no desempenho escolar, na saúde e nos contatos sociais, sendo que as preocupações mais intensas, apresentavam a frequência de duas a três vezes por semana. Podemos incluir aqui as seguintes preocupações: com desastres e danos pessoais, mas havendo um destaque por conta da maior frequência  e intensidade para preocupações relacionadas às amizades, aos colegas de aula, à escola e ao desempenho. Já Warren e Sfroufe (2004) salientam que nas idades de 10 e 13 anos, passam a ter maior consciência e alteram a percepção da própria vulnerabilidade, apresentando temores quanto a ferimentos, morte, perigos e desastres naturais. Já na adolescência os motivos da ansiedade variam novamente, podendo estar vinculado com dificuldade de lidar com falhas, críticas e aparência física.

Cabe então salientar que as preocupações durante a infância e adolescência ocorrem de forma natural, mas precisamos estar atentos quando começam a se tornarem persistentes, graves e geram impactos que causam prejuízos na vida e no funcionamento diário da criança.

Para os pais, oriento atenção em relação ao filho, é importante manter contato com a escola, como também com os demais cuidadores, e principalmente ter vínculo afetivo com o seu filho, para que ele se sinta confortável para desabafar.

Já nas escolas, sugiro também atenção para as crianças, em especialmente em período de provas escolares, como também nas relações sociais que eles estabelecem nesse contexto, podendo ser construído por profissionais da psicologia em conjunto com a psicopedagogos e assistentes socias, projetos, grupos terapêuticos que visem auxiliar os alunos que apresentam quadro de ansiedade.

Em momentos de crise é importante proporcionar para a pessoa um ambiente confortável, evitar aglomeração, pode ser feito a utilização de brinquedos sensoriais, como também contato com a natureza. Neste momento sugiro solicitar que a pessoa descreva em detalhes o que ela está vendo, assim fazendo com que o pensamento se volte para o momento presente, desfocando das preocupações, aos poucos a ansiedade vai diminuindo em sua intensidade. 

Ao perceber a ansiedade nas crianças e jovens é importante buscar por profissional da psicologia especializado, para poder compreender melhor o que está por trás dos sintomas de ansiedade, assim podendo ser elaboradas estratégias diante dos gatilhos que são estopins para o aparecimento de sintomas de ansiedade (tremores, falta de ar, pensamento acelerado, dificuldade de manter a atenção, náusea, dores no peito). Como também é fundamental, atenção para a alimentação, sono e atividades físicas, sendo fatores complementares para qualquer tratamento dentro da Saúde Mental e Física.

Eu sou Marina, sou psicóloga Infantojuvenil e espero ter contribuído na sua vida e na vida de seus filhos e amigos.

Formada em psicologia em 2019 Marina realizou especializações em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Educação Especial e Avaliação Psicológica e atualmente se dedica aos estudos da Neuropsicologia e ABA aplicada para o Transtorno do Espectro Autista e Deficiência Intelectual. Tem experiência também no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e  com atendimentos clínicos para diversos públicos, em especial para Transtornos do Neurodesenvolvimento.

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